Preços descabidos

Quem viaja e frequenta os aeroportos do Brasil se surpreende com a exploração praticada pelas chamadas "casas de pasto" neles instaladas, quando o consumo de qualquer petisco ou um simples café custa os olhos da cara, para usar expressão popular. Não se sabe qual o motivo da "tunga" no bolso do consumidor, e para quem vai a dinheirama arrecadada pela venda, sem nota fiscal, de uma esfirra, de um pastel, de um pão de queijo, de um refrigerante ou de uma água mineral. Consumi-los constitui verdadeiro atentado ao bolso do cidadão, obrigado, por força ou necessidade, a fazê-lo em face do atraso do voo ou do desjejum ditado pela hora do embarque. Ignora-se para quem apelar ou para quem reclamar de tamanho alcance no bolso do desamparado consumidor. Também se ignora quais as exigências para o interessado instalar uma lanchonete ou cafeteria no gordo espaço dos aeroportos, sem contar as lojas de conveniência e de lembranças vendidas a peso de ouro a incautos viajantes de primeira viagem.

Os estacionamentos também são outra fonte de exploração desmedida, com tabelas horárias astronômicas, e sem nenhuma contrapartida quanto à vigilância e à segurança dos locais.

O Aeroporto de Viracopos, em São Paulo, com o auxílio da Polícia e de câmaras, desarticulou uma quadrilha de ladrões especializada no furto de pneus sobressalentes e de aros, ocasionadora de grandes prejuízos para os proprietários dos veículos.

Com a onda de privatizações de aeroportos, estes fatos terão de ser revistos - pois ninguém gosta de ser roubado, seja turista ou não. No estacionamento ou na praça de alimentação.

 

Eduardo Fontes
Jornalista e administrador