Praias de 'plástico'

Se não mudarmos nossas atitudes, isso é o que teremos. Na verdade, é o que já temos: praias de plástico. No domingo, 8 de abril de 2018, estive na Praia da Colônia de Férias do Pecém, aqui mesmo, em nosso Ceará. A cena que vi foi triste: em frente a um mar verde-azul deslumbrante, uma "orla de plástico". Ao longo de toda a costa, uma fileira de lixo ali jogado unia-se com o lixo trazido pela maré. Tudo, lixo produzido por gente: copos e marmitas plásticas, embalagens de creme dental, shampoo, pacotes de biscoito e por aí vai. Até sacolas plásticas com mais lixo dentro havia, abandonadas na praia.

Pergunto-me o que falta para nos conscientizarmos sobre a necessidade de preservação ambiental e volto sempre ao mesmo ponto: a imperiosa exigência de agir com consciência ambiental, entendendo que nossas atitudes têm consequências e que é obrigação de cada um proteger o meio ambiente. Sim, é uma obrigação nossa. A Constituição brasileira dispõe sobre o meio ambiente e, no seu artigo 225, impõe ao poder público e à coletividade o dever de protegê-lo. Na aldeia do Pecém não vi nenhuma ação do poder público para limpeza da praia. Não passei tempo suficiente para ver se há ações de conscientização ambiental.

Conversei com moradores do local que se sentem tristes e preocupados com a situação. Relatam que eles mesmos não colocam lixo na orla, mas que tem gente que insiste em fazê-lo. Turistas saem decepcionados. Outros deixam de caminhar na orla pela grande quantidade de lixo encontrado. Será que o poder público vai continuar inerte? Vai deixar a sujeira "criando raízes" na praia?

Andressa Moura e Silva. Bacharel em Direito