Pautas disruptivas

A vida nos surpreende. Constantemente. Estive recentemente em Porto Velho, Capital de Rondônia. Fui participar da reunião do Conselho Consultivo do Grupo Rede Amazônica. As reuniões ordinárias ocorrem na sede da rede de televisão, em Manaus. Conhecer a operação em outras praças nos permite sentir o pulso da região, calibrar desafios e as oportunidades. O saldo foi um mergulho numa realidade fascinante. Bovinos, soja, leite e café são os principais produtos agropecuários de um estado que respira empreendedorismo, ousadia e crescimento. O rio Madeira, afluente do rio Amazonas, propiciou a construção de duas usinas hidrelétricas: Jirau e Santo Antônio. Visitei a de Santo Antônio. Surpreendeu-me a qualidade dos estudos e da pesquisa sobre as espécies de peixes: 920 somente no território brasileiro, quase 20% de todas as espécies conhecidas na América do Sul. As pesquisas desenvolvidas pelo Laboratório de Ictiologia e Pesquisa da Universidade Federal de Rondônia (LIP-Unir), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), resultaram em notável preservação do meio ambiente.

Para além da corrupção e da violência, chagas priorizadas em matérias da grande mídia, tem muita coisa interessante acontecendo num País que sonha grande, empreende e produz. O sol brilha no Brasil real. É fácil fazer jornalismo de boletim de ocorrência. Não é tão fácil contar histórias reais, com rostos humanos que mostram o lado bom da vida. Nas esquinas da vida, encontramos inúmeras pautas disruptivas capazes de conquistar o interesse dos nossos leitores.

Carlos Alberto Di Franco. Jornalista