Os alfaiates

Neste 6 de setembro, comemoramos mais um aniversário da classe dos alfaiates. Nosso presente é este trabalho histórico que apresento em três partes: origens, transformações e as evoluções até os dias atuais. A profissão de alfaiate é uma das mais antigas do mundo. Vem desde os primórdios, mas foram os persas os primeiros a terem a preocupação de produzir roupas que melhor se moldassem ao corpo, e foi no período renascentista que as vestes sofreram grandes alterações. Na Idade Moderna, a França assumiu a liderança na fabricação de roupas artesanais e criou um estilo a ser imitado por toda a Europa, com vestes mais finas.

Os ingleses, porém, não se importavam muito com estilo, preferiam trajes simples e durante o século XX, a grande produção do vestuário era industrializada. Na Primeira Guerra Mundial, calças compridas que eram exclusiva masculina, também foram trajes femininos. As famílias questionavam ao verem suas filhas vestidas como os homens. Houve um movimento republicano na Bahia, em 1798, entre as lideranças, que, por pouco, não se tornou a conjuração dos alfaiates.

Quando entrei para aprender o ofício de alfaiate, praticamente tudo era artesanal, e se aprendia nas "quengas de coco", assim conhecidas as alfaiatarias suburbanas. Posteriormente, sugiram as escolas técnicas federais, que entre tantas profissões, a de alfaiate estava inclusa. Os alfaiates atuais estão saindo das faculdades através do estilismo e do designer. São doutores da moda. E ainda existem pessoas desinformadas que nos agridem, comparando os alfaiates com "biqueiros".

Luiz Gonzaga Miranda
Alfaiate