O que nos move?

A vida tem nos ensinado que, quando queremos ver algo acontecer, não adianta apenas termos idealizações ou sonhos. Sonhar é preciso, porém, para materializar o que se deseja, é fundamental movimentar o universo com ações. E transformar a realidade depende, necessariamente, da nossa vontade, possibilidades e das ferramentas que temos ao nosso redor. Inclusive, parar de reclamar de tudo e de todos.

Materializar sonhos não é algo fácil. Demanda tempo, energia, vontade, canseira, suor. A gente se desdobra para cultivar sementes que podem germinar com plantas diferentes das que almejava. Porém o importante, sob todos os pontos de vista, é cultivar algo. Pode ser que as sementes não deem necessariamente a maçã que se idealizava. Porém, o importante foi plantar e começar a transformar a realidade com o pouco que se tinha. É preciso preparar a terra e semear para iniciar o germinar; regar diariamente; limpar o canteiro das ervas daninhas que, vez ou outra, surgem para nos desmotivar; adubar; e, por fim, sempre zelar pelo cultivo até ver frutificar. Há plantas que demoram anos para florescer. Outras, são rápidas e têm sua importância para nos alegrar nos intercursos da vida. Nesta trajetória, vira e mexe, pego-me a pensar sobre quais são meus anseios.

Não é algo fácil, até porque pensar na vida exige certo desconforto: é preciso mudar algumas coisas para sair da zona de conforto; arriscar novos caminhos para observar o mundo com outro olhar; aceitar o que não se pode mudar; e entender que há pessoas que somam, outras que nada agregam e outras que apenas querem prejudicar.

Frente a essas percepções, eu me pergunto: quais os sonhos que nos movem? Até que ponto movimentamos o universo para realizá-los?

Juliano Schiavo. Jornalista e biólogo