O País pode dar certo

Impressiona-me o crescente espaço destinado à informação negativa. A autoestima do brasileiro está lá em baixo. Nós, jornalistas e formadores de opinião, contribuímos com essa visão sombria quando ficamos reféns de pautas superficiais. A vida é feita de luzes e sombras. É preciso mostrar as chagas.

Mas também é necessário iluminar a cena. Que Brasil estamos ofertando para as gerações que nos sucedem? Os problemas estão gritando na nossa frente: corrupção, crise econômica e perigosa agonia da política. Mas o pior legado, de longe, é a morte da esperança. O jornalismo de catástrofe é o grande propagador das fake news. Mostra um País em lá menor e oculta o Brasil que madruga, trabalha, empreende e dá certo. É preciso recuperar o equilíbrio entre a informação de denúncia, urgente e necessária, e o jornalismo construtivo. É o que farei neste breve comentário. Vou focar num serviço público de qualidade: o Poupatempo. O Programa Poupatempo, criado em 1997 pelo então governador Mário Covas para facilitar a vida dos cidadãos, completou 20 anos com índice próximo de 100% de aprovação dos usuários (98,3% de ótimo e bom na última pesquisa anual, de março deste ano). Das 72 unidades, 24% tiveram 100% de ótimo e bom e 20 tiveram 99%. Desde a sua fundação, o Poupatempo prestou mais de 580 milhões de serviços. Este ano, o Poupatempo foi eleito pelo 4º ano consecutivo o 'Melhor Serviço Público de SP' pelo instituto Datafolha. É isso, amigo leitor. O Brasil do corporativismo, da impunidade do dinheiro e da força do sobrenome vai, aos poucos, abrindo espaço à cultura do trabalho, da competência e do talento.

Carlos Alberto Di Franco

Jornalista