Nova fase do turismo

O início das operações do "hub" da Air France/KLM e Gol em Fortaleza coloca definitivamente o seu turismo em nova fase. Com belas praias e população reconhecida por sua hospitalidade, a cidade há muito tempo reúne vocação natural para figurar entre os principais destinos brasileiros que mais atraem viajantes de todo o mundo. O número limitado de rotas aéreas e a carência em infraestrutura, no entanto, sempre se impuseram como grande gargalo para que se impulsionasse a frequência de visitantes.

Embora ainda exista lista de demandas a serem superadas, com a multiplicação na quantidade de aeronaves que desembarcarão diariamente no Aeroporto Pinto Martins, as exigências da nova fase deverão ser atendidas com mais presteza. Grandes responsáveis por essa conquista, o governador Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio estão convictos de que o "hub" ativará, em cadeia, todos os setores econômicos. Pois investir no turismo é estratégia acertada para induzir o desenvolvimento sustentável.

Levantamento da Organização Mundial do Turismo (OMT) mostra o potencial do setor na economia de uma cidade ou país. Na última pesquisa apresentada pela entidade, constatou-se que a atividade turística, no âmbito geral, teve expansão de 6% em 2017, enquanto outras áreas contabilizaram resultados pífios em meio às oscilações econômicas registradas globalmente no decorrer do ano.

Inicialmente, com a chegada do "hub" em Fortaleza, projeta-se incremento de 50% no número de passageiros domésticos e salto de 23% no total de viajantes oriundos de destinos internacionais. Ao todo, preliminarmente, é aguardado aumento de 1,5 milhão de pessoas que passarão pelo terminal aéreo.

A implantação de serviço conhecido como "stopover" também deve incrementar a vinda de turistas e dinamizar as atividades econômicas na cidade. Pelo modelo já confirmado por entendimentos entre governo e companhias aéreas, o passageiro que parte de algum município brasileiro para a Europa ou Estados Unidos poderá ficar até três dias em Fortaleza, antes de viajar ao destino final, sem pagar nada a mais no bilhete de passagem. A fim de estimular tal sistema, está em estudo o oferecimento simultâneo de tarifas promocionais no setor hoteleiro e em restaurantes. A mudança no perfil dos visitantes também pode trazer benefícios ao Ceará. Atualmente, a maioria dos turistas oriundos do exterior vem de Portugal, seguido de Itália, Argentina, Alemanha e Suíça.

Com os voos para Paris, na França, e Amsterdã, na Holanda, além do início no segundo semestre das operações para Miami e Orlando, nos Estados Unidos, Fortaleza passará a receber pessoas de nacionalidades as mais diversas, trazendo ao Estado visões diferentes e ampliando a imagem da Capital no exterior.

A instalação do "hub", todavia, não pode ser o objetivo único para o setor do turismo. O aumento na frequência de voos é apenas o passo importante, mas o Ceará necessita diversificar seus atrativos, alavancar a infraestrutura para acolher os viajantes e dirimir as mazelas sociais, como a insegurança, que podem assustar os visitantes. Diz o ditado de que "a primeira impressão é a que fica".

Se isso é verdade, o Ceará não pode falhar neste momento histórico. Em especial, Fortaleza fica na obrigação de estar preparada para garantir aos turistas a melhor experiência possível, para que eles espalhem pelo mundo esse sentimento individual, de modo a estimular outras pessoas a visitá-la, fortalecendo a economia e o bem-estar locais.