Nome de batismo

A colonização da Ibiapaba muito deve aos jesuítas, padres da Companhia de Jesus, de Santo Inácio de Loyola, que ali chegaram no início do século XVII. Os pioneiros foram os padres Luiz Figueira e Francisco Pinto, este trucidado pelos silvícolas Tacarijus, em 1608 – tragédia que não abalou aqueles educadores, tanto que, posteriormente, fundou-se em Viçosa do Ceará “Missão da Ibiapaba”, órgão que congregaria os padres jesuítas em torno da evangelização cristã.

No século XVIII, reinando em Portugal D. José I (1750 - 1777), seu 1º Ministro Marquês de Pombal, que mandava e desmandava no Governo luso, “concentrando em suas mãos todos os assuntos do reino” – como diz o Delta Larousse – determinou a expulsão dos jesuítas, inclusive da Ibiapaba. Em face disso, a paróquia de Viçosa passou a ser dirigida por padres seculares, um deles o padre José Bevilaqua (vigário de 1844 a 1905), pai do jurista Clóvis Bevilaqua. Falecendo padre Bevilaqua, seu sucessor foi o padre José Ferreira da Ponte, oriundo de Sobral, que logo conquistou a simpatia dos viçosenses, notadamente por seu divertido repertório.

Contava padre Zé Ferreira que, certa feita, fora procurado por um campesino para acertar o batizado de seu primeiro filho. Perguntando-lhe que nome daria a seu primogênito, o vigário foi de pronto interrompido pelo roceiro: “esse mesmo, seu Vigário. Eu queria um nome bem comprido, e primogênito está de bom tamanho”. Rindo, o vigário passou a explicar-lhe que “primogênito” não era nome de pessoa, mas significava primeiro filho. E, pacientemente, sugere-lhe vários nomes grandes: Napoleão, Salustiano, Bartolomeu, Austregésilo, Deocleciano.

– Não, seu vigário, não gosto de nenhum desses. Eu queria era um nome bem aloprado, um nome que enchesse a boca da gente, assim como Amancebado.


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