Momo chegou

Os clarins. As batucadas. As marchas e os frevos já estão brincando entre sambas e outros ritmos, na balbúrdia que antecede o período carnavalesco. "Momo chegou". Um rei que depende da democracia legítima onde todos são "iguais perante a lei". Alegria marcada ao compasso da música que nos foi deixada pelo maestro "Zé Pereira". Viva o Zé Pereira que a ninguém faz mal! Vamos aderir a essa democracia? Saltar endiabrado pelos salões iluminados ou será melhor ficar na contemplação dos brincantes? Democracia mais engraçada em que todos estão alucinados nesta fuga maravilhosa dos problemas centrais da outra democracia? Os seres humanos adoram viver qualquer democracia, desde que lembre que as liberdades existem e não as licenciosidades. Momo chegou e com ele toda uma corte de apelações destas que não adentram os tribunais. Recursos na pauta de julgamentos operacionais de como vamos "brincar" nessa quadra festiva. Brincar de ficar em casa serve? - Será possível sair às ruas e voltar incólumes? Boa oportunidade de mudar o rumo dos nossos medos. Despertar para a ideia de que somos capazes de vivenciar uma democracia de autêntica alegria e produzir um Carnaval cuja organização faz inveja até de aglomerados políticos. O Carnaval nacional que aí está querendo "tirar o bloco do Lula das ruas" é inominável. Não pelo Lula, mas por todos nós que votamos e esperamos um "Zé Pereira" cuja musicalidade nos toca o coração, a alma e o mais profundo dos nossos sentimentos que despertam a cada eleição, no sentido de encontrar o rumo certo da verdadeira democracia que não seja apenas momista.

Paulo Eduardo Mendes. Jornalista