Molecagem brasileira

Ainda repercutem negativamente para o Brasil, no exterior, as imagens divulgadas nas redes sociais, em que torcedores mal-educados induzem uma cidadã russa, totalmente desconhecedora de nosso idioma, a repetir termos ofensivos à cor de sua genitália. Um advogado, um engenheiro e até um tenente da Polícia Militar catarinense, entre outros ali presentes, pela idade que têm, já deveriam ter aprendido a tratar, com dignidade e respeito, a honra feminina.

Todos se prestaram a um revoltante, ridículo e vergonhoso papel, depondo contra o já decaído conceito que nosso País possui mundo afora. Noutro vídeo, um supervisor da empresa aérea Latam age identicamente contra uma jovem russa. Logo que a companhia tomou conhecimento do fato, divulgou nota oficial comunicando sua demissão, merecida consequência pelo mau procedimento. Quanto aos moleques que causaram todo esse furor, diversas instituições, como o Senado Federal, por iniciativa da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM), manifestaram indignação e prometem tomar medidas punitivas contra os autores dessa vagabundagem degradante.

É por tais tipos de comportamento que, para muitos aí afora, o Brasil é conhecido como terra da promiscuidade, da permissividade, onde a tolerância é infinita, tudo se aceita como se normal fosse. Enquanto isso, apesar da criação de delegacias especializadas na defesa da mulher pelo País, seguem crescentes os índices de estupros, feminicídios e crimes semelhantes.

Seria muito bom que esses e outros brasileiros que andam praticando molecagens na Rússia, durante a Copa, fossem enquadrados de algum modo pelas leis daquele país, já que, por estas plagas, talvez a repercussão fique restrita apenas às costumeiras notas de repúdio. Tomara que, ao voltarem, esses idiotas tenham seus rostos expostos pela TV para todo o País e recebam alguma punição, a exemplo do tenente, que será alvo de processo disciplinar pela PM de Santa Catarina.

Contra gente assim, vadia e ordinária, somente um castigo rigoroso seria o tratamento de choque adequado diante dos atos praticados e totalmente intoleráveis.

 

Gilson Barbosa
Jornalista