Mídia digital

Nunca se colocou em xeque o papel essencial do faro jornalístico, pois essa vibração será capaz de devolver a alma que, por vezes, percebo faltar ao trabalho das redações. O que quero é acrescentar um aspecto que julgo importante nesta discussão: na era digital, a intuição pode e deve ser apoiada pelos números. Realidades que pareciam alheias aos negócios da mídia estão cada vez mais próximas dos veículos.

É o caso do Big Data. A cada dia, os acessos digitais aos portais de notícias geram quantidades incríveis de dados sobre o comportamento de nossas audiências, mas ainda não fomos capazes de enxergar o potencial que há por trás desta montanha de informação desestruturada. É preciso investir forte em tecnologia e não há outro caminho. New York Times e Washington Post, por citar algumas referências da mídia impressa, já entenderam que, neste novo contexto digital, produção de conteúdo e tecnologia vão de mãos dadas.

Além de jornalistas, buscam também profissionais que, controlando ferramentas de dados, apoiem a redação, o departamento comercial e o marketing. São engenheiros, estatísticos e desenvolvedores que interpretam os números gerados pelas audiências digitais, identificam tendências e propõem estratégias relacionadas ao negócio.

Na última semana conversei com um grupo de executivos e gestores de veículos de comunicação, todos eles responsáveis pelo processo de transição digital em suas empresas, em diferentes estados brasileiros e de alguns países da América Latina. Todos dizem que já não basta definirmos o que precisam os consumidores de informação. É preciso ouvir o que eles têm a dizer.

Carlos Alberto Di Franco
Jornalista