Locutora “bel-air”

Muito conhecida por sua beleza e competência, os colegas de microfone cedo cognominaram-na “a locutora bel-air do rádio cearense”. Filha de Mateus Mendes Vasconcelos e de Francisca Gurgel Vasconcelos, nasceu em Maranguape, no dia 27 de setembro de 1928. Maria Orlys Gurgel Vasconcelos cursou as primeiras letras no Ginásio Santa Rita, estabelecimento educacional sediado na terra-berço do notável historiógrafo Capistrano de Abreu.

Mudou-se para Fortaleza logo no início da década de 1950, dando assim por iniciada a sua carreira radiofônica em 21 de maio de 1955, tempo em que foi locutora da velha e histórica Rádio Iracema de Fortaleza.

Convidada a fazer parte dos festejos inaugurativos da Rádio Iracema de Maranguape, foi dela, portanto, a primeira voz humana transmitida pela nova estação, quando então proferiu o cumprimento: “Bom dia Maranguape”.

Ainda trabalhando na ZYR-7, Rádio Iracema de Fortaleza, no Edifício Guarany da Praça José de Alencar, Orlys receberia da direção da casa a responsabilidade para que comandasse a apresentação do programa “Música Para o Meu Amor”.

Acreditando muito no talento da moça, o veterano Armando Vasconcelos logo a convidaria a fim de que o secretariasse na apresentação do programa “Rádio e Revista Guarany”.

Durante quatro seguidos anos, Orlys recebeu a faixa de “a melhor locutora do rádio cearense”, através de uma promoção da famosa revista “Folha do Rádio”, mantida e cuja redação era feita pela dupla composta por Ciro e Neusa Colares, duas estátuas de saudade do nosso “sem-fio”, como era chamado o nosso rádio antigamente.

Na Rádio Assunção, emissora então pertencente à Arquidiocese de Fortaleza, ela foi locutora noticiarista, dividindo estúdio com Almir Pedreira e Mozart Marinho, outras duas lembranças marcantes da nossa radiofonia.

Em 1970, Orlys Vasconcelos afastou-se da militância microfônica, indo secretariar o Sindicato dos Jornalistas.

ROBERTO RIBEIRO
da Academia Cearense de Retórica