Lavagem de cima pra baixo

Uma das máximas na atividade empresarial é que "a escada se lava de cima para baixo". Ela faz analogia ao trabalho de uma assessoria contratada por determinada empresa que precisa de uma real transformação para sobreviver, pois o seu modelo de negócio está se deteriorando e ela não consegue, sozinha, se reerguer. Ou seja a "limpeza" tem de começar pela diretoria e ir descendo até chegar à base, degrau por degrau. Muitas vezes, o gestor da empresa, que teve sucesso no passado, não quer perceber que o seu tempo passou, que seus métodos são ultrapassados. Continua agarrado ao seu posto de maneira monolítica. O gesto pode até ser nobre, poético, heroico, mas é inócuo e egocêntrico. Pensa em si mas não no bem comum.

Nas próximas eleições de outubro, o Brasil precisa começar a lavar a escada de cima para baixo. Uma verdadeira limpeza, com produtos bem fortes, daqueles que removem toda a sujeira. Dará muito trabalho, será extenuante e precisaremos de muitas mãos. A escada do poder, cujo degrau mais alto é simbolizado pelo Palácio do Planalto, deveria ser de limpeza imaculada. Temos realmente de nos empenhar para eliminar toda a sujeira. O melhor detergente para essa limpeza? O voto, o seu voto, o nosso voto!

Quem deve limpar a escada? Sem dúvida, nós os eleitores. Apenas pela força do voto podemos começar a limpar a "principal escada" de nosso País. Esse deve ser um trabalho contínuo e com a participação de toda a sociedade; não pode ser reduzido a algumas pessoas ou grupos que se julgam "iluminados". A empresa Brasil até que começou com ares de limpeza mas, com o passar do tempo, passou a ter uma propina aqui, um mensalão ali, pedaços de malas e roupas usadas para guardar dinheiro, porcentagens e nomeações espúrias em quase todos os departamentos.

Privilégios, pensões, obras faraônicas paradas, indicações políticas (cabides de emprego). Foram tantas as ingerências, que a empresa ficou sem caixa para cumprir com os compromissos assumidos. Mas, o gestor não demite ninguém, ao contrário, aumenta ainda mais os gastos. O gestor, sua diretoria e seus gerentes, querem manter os hábitos de sempre, não querem perder privilégios e, nem salvar a empresa. Que a nossa participação nas eleições saiba expulsar todos os políticos que insistem em destruir a empresa Brasil.

CELSO LUIZ TRACCO - Economista