Imprensa e Igreja

O Brasil é um País cristão, de expressiva maioria católica. A informação de religião, portanto, merece atenção especial. É um segmento importante. A quantidade da informação religiosa, em geral, é bastante razoável. Alguns riscos, no entanto, ameaçam a qualidade da cobertura jornalística.

Sobressai, entre eles, a falta de especialização, razoável desconhecimento técnico e, reconheçamos, certa dose de preconceito. Acresce a tudo isso, o amadorismo, o despreparo e a falta de transparência da comunicação eclesiástica. Falta profissionalização da comunicação institucional da Igreja.

A mídia dá foco absoluto ao que a Igreja faz ou fará. Gente de todas as denominações cristãs (e até mesmo sem qualquer profissão religiosa) dá opiniões sobre os caminhos que a Igreja Católica deve adotar. Se a Igreja estivesse de fato fora do tempo e do páreo, anacrônica e ultrapassada, poucos se dariam a esse trabalho. É notável o vigor da Igreja e a sintonia do papa Francisco com a juventude. Pede-lhes que sejam "revolucionários", isto é, que "se rebelem contra a cultura do provisório", assumindo responsabilidades sem se deixarem levar "pelas modas e conveniências do momento". Destaca o tom positivo que permeia os discursos do papa. Os papas, o atual e seus antecessores, na defesa do núcleo fundamental da fé católica podem trombar com o politicamente correto. É natural.

Sem essa defesa, muitas vezes na contramão dos modismos de ocasião, a Igreja perderia sua identidade. A correta informação sobre Igreja passa pelo reconhecimento de seu papel na sociedade e pelo seu direito de transitar no espaço público.

Carlos Alberto Di Franco
Jornalista