Hub: início promissor

As operações do "hub" no Aeroporto de Fortaleza rendem os primeiros frutos. Em maio, mês inicial do empreendimento, a movimentação de passageiros avançou 9% no comparativo com maio de 2017, acréscimo de quase 39 mil viajantes passando pelo terminal aeroviário. No total, foram registradas 472 mil pessoas, segundo dados do grupo responsável por administrar o aeroporto.

Com o funcionamento do centro de conexões, o mês passado foi o que apresentou o melhor desempenho percentual (9%) do ano. Nos meses anteriores, o máximo obtido foi a expansão de 4% em fevereiro. Portanto, o "hub" teve efeito imediato, inaugurando uma era de maior fluxo de turistas brasileiros e estrangeiros na Capital.

É preciso levar em conta que tal aumento ocorre em meio a um momento político-econômico de instabilidade no País, o que torna o resultado mais relevante. A expectativa é que os números cresçam ainda mais, à medida que os novos voos se consolidam na grade de frequências e ficam conhecidos por cada vez maior o número de pessoas. O potencial a ser explorado é enorme e as estatísticas aludidas configuram apenas o desempenho inicial do centro de conexões. Faz-se necessário monitorar, na sequência, se os resultados se mantêm expressivos. É provável que sim.

O governo do Estado estima que o "hub" deverá ampliar em 1,5 milhão a quantidade de passageiros no aeroporto. O crescimento projetado é de 50% no número de passageiros domésticos e 23% no de internacionais. O impacto econômico inicial será contabilizado em estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), a ser divulgado no futuro.

O modelo de "stopover" deverá incrementar toda a cadeia ligada ao turismo. Por meio dele, o passageiro que parte de algum município brasileiro para a Europa (Paris, Amsterdã) ou Estados Unidos poderá ficar até três dias em Fortaleza, antes de viajar ao destino final, sem pagar mais na passagem. O mesmo ocorre para quem vem a partir da Europa. Trata-se de uma oportunidade para que o viajante descubra ou revisite os múltiplos atrativos da Capital cearense.

Tal permanência, apesar de curta, é bastante valiosa para a economia local, pois os visitantes empregarão dinheiro nos setores hoteleiro, alimentício, de serviços e no comércio. No caso de experiência satisfatória, muitos desses certamente vão considerar a possibilidade de retorno a Fortaleza e, assim, se cria um ciclo benéfico para a economia local, facilitando a geração de emprego e o fortalecimento de empresas desses segmentos.

A fim de proporcionar uma estada de qualidade convincente para os visitantes, a questão estrutural necessita de melhorias, a começar pelo aeroporto. As obras de ampliação do terminal têm o objetivo de oferecer maior conforto aos passageiros, elevando a capacidade de recepção das pessoas.

Ao assumir a administração do equipamento, a concessionária Fraport concentrou as ações iniciais na recuperação de itens como elevadores, escadas rolantes, ar-condicionado, banheiros, iluminação e conexão com a internet. As questões de maior porte vêm em seguida. A pedra fundamental das obras de ampliação foi lançada nesta semana.

Ademais, Fortaleza tem a obrigação de oferecer a infraestrutura adequada ao turista, incluindo transporte, segurança, limpeza, com o intuito de multiplicar as boas avaliações sobre a cidade e despertar, em pessoas de diversas partes do mundo, o desejo de conhecê-la.