Trabalho de duplicação do Anel Viário deve durar mais um ano

Anunciadas em 2010, iniciadas em 2011, paralisadas em 2015 e retomadas em 2017, intervenções devem beneficiar 32 km de extensão em cinco cidades. Transtornos no trânsito permanecem para motoristas que trafegam na região

Trânsito carregado de veículos pesados transportando material de construção, grama sintética, hélices eólicas, bebidas, combustíveis, pessoas. Uma variedade de bens passa pelas pistas do distrito da Pajuçara, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), localidade alvo das obras de duplicação do Quarto Anel Viário.

Elas foram retomadas no ano passado, depois de um hiato desde 2015 - ainda que tivessem previsão inicial para 2012. Agora, o Departamento Estadual de Rodovias (DER) sinaliza o fim de 2019 como prazo para a conclusão.

No entanto, para a continuação do empreendimento, intervenções no trânsito da região têm causado muito congestionamento e dor de cabeça a motoristas há mais de 20 dias. A previsão da Secretaria da Infraestrutura do Estado (Seinfra) é que o serviço seja concluído no início de janeiro.

Com isso, todo o trecho do Anel Viário, entre a CE-060 e a BR-116, passará a ser duplicado. "A sinalização está precária, fora os engarrafamentos", lamenta o motorista Alan Júnior, que também relata atrasos diários para chegar ao trabalho. Além de obstáculos nas pistas, o asfalto irregular também causa lentidão na via.

Por enquanto, uma grande vala é o esboço visível de como ficará a Rodovia duplicada. Sobre ela, o viaduto da Av. Dr. Mendel Steinbruch está incompleto, aguardando o declive que o unirá à pista já existente. Nele, uma passarela de apoio foi instalada para auxiliar os pedestres, que também foram impactados porque o equipamento estreito é utilizado por bicicletas e até motos. Como existem diversas frentes de obras e o viaduto em si está sem operários, atualmente, as apostas dos usuários se dividem.

Os mais otimistas esperam por 2020. Outros, nem tanto, "chutam" um longínquo 2100. "O pior já fizeram", opina o aposentado Jáder Santos, apontando para a nova pista de concreto que, mesmo interditada, já é utilizada por motociclistas que furam os avisos das placas de bloqueio.

O açougueiro Heleno de Lima conta que o movimento de compradores caiu drasticamente nos frigoríficos e na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa). "Já vai acabar o ano e o movimento aqui se acabou. O prejuízo é grande".

A cerca de um quilômetro dali, tratores realizam novas escavações no asfalto. Por lá, a empresária Aleuda Goiana também se descontenta com o andamento da obra porque seu comércio já amarga mais de 80% de prejuízo. "Se tivessem conversado, tudo bem, mas chegaram, fecharam tudo e não deixaram espaço pros clientes entrarem. Tivemos que abrir na marra", diz.

Na última semana, a Prefeitura de Maracanaú cobrou do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) providências para amenizar os problemas no tráfego nas entradas e saídas da cidade. Segundo a gestão, o órgão federal se comprometeu a fazer uma visita de campo no próximo dia 29 de novembro, junto com o consórcio responsável pela construção.


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