General Tibúrcio

O Ceará tem dois ilustres filhos nascidos na pequenina e brumosa Viçosa do Ceará. Tais valores chegaram ao ápice de suas carreiras: o primeiro, Clóvis Bevilaqua (1859 - 1944) dedicou-se ao Direito, tendo escrito inúmeros livros jurídicos, sendo sua obra prima o Código Civil Brasileiro, que teve vigência até o ano de 2002. O outro foi o general Antônio Tibúrcio Ferreira de Souza (1837-1885) que, se ainda vivo fosse, teria completado 180 anos, no dia 11 deste mês.

Muito bem biografado pelo misto de militar e literato José Aurélio Saraiva Câmara, na obra "Um soldado do Império", Tibúrcio decidiu seguir a carreira das armas em 1851, quando tinha menos de 14 anos, apresentando-se ao Quartel de Caçadores de Fortaleza, para sentar praça.

Nos 34 anos que se seguiram, - informa-nos o General Ulisses Perazzo - Tibúrcio escreveu as mais belas páginas da história do Exército Imperial, tendo prestado relevantes serviços ao Brasil, tanto na guerra como na paz. Além de valente, Tibúrcio era um homem culto que se correspondia com João Brígido, o maior jornalista cearense de todos os tempos. Quando faleceu o Duque de Caxias, Tibúrcio escreveu a João Brígido: "Lá se foi Caxias, que serviu 70 anos à monarquia, tendo sido ministro da Guerra por diversas vezes". Tibúrcio participou e teve função primordial em várias guerras do Império.

Na Batalha de Riachuelo - que marcou o início da Guerra do Paraguai, quando a Tríplice Aliança aniquilou o poder naval de Lopes, em 11/6/1865 - o grande herói foi o Almirante Barroso. Nessa batalha, entre os vitoriosos, figurava o intrépido Tibúrcio, que recebeu a Medalha de Prata Riachuelo. Ademais, foi herói nas batalhas Estero Belaco, Tuiuty, Humaitá, Peribebuí e Campo Grande.

Francisco Silveira Souza. Advogado e escritor