Fofoca e evolução

Nossa sociedade é fruto da fofoca de nossos ancestrais. Quem afirma é a ciência. Está posto no best-seller mundial "homus Sapiens" do escritor e historiador Dr. Yuval Noah Harari; o hábito de fofocar dos nossos ascendentes proporcionou informações para que os grupos fossem se congregando com membros que tinham comportamentos semelhantes e os sapiens puderam desenvolver tipos de cooperação mais sólidos e mais sofisticados. Não se sinta ofendido se lhe chamarem de fofoqueiro (a), pois, a ciência lhe traz um alento. É antropológico! Ora, se partirmos da premissa que essa teoria é verídica e que a fofoca cumpre esse papel de tão grande importância para a evolução humana, favorecendo ao homem primitivo chegar ao que somos hoje, sapiens do século XXI, chego a pensar o porquê ela, a fofoca, ainda continua sendo prática cultural de senso comum e não tenha se tornado uma disciplina dos cursos básicos da educação ou mesmo das academias de nível superior. É de se esperar que através das capacidades fofoqueiras desenvolvidas com o uso das tecnologias deste século, possamos, enfim, alcançar o terceiro céu; ouvi por aí que ele existe, acredite ou não. São Paulo disse ter sido arrebato em espírito até ele.

Um fato é incontestável, fofoqueiros existem desde sempre, mesmo entre os humanos, e também não é toda a fofoca que é má. Não estranharei que a ciência avance e comprove que temos um gen em nossas células, responsável por nossa propensão à fofoca e, que se transmite hereditariamente. Tem gente que ganha a vida dando conta da vida alheia pelas fofocas. Estas pessoinhas devem estar felizes por saber dessa teoria científica lhes atenuando suas indiscrições. "Eu do meu lado aprendendo a ser louco", prefiro ficar na minha.

Edmar de Oliveira Santos
Escritor