Faltam projetos

O Brasil se ressente de um projeto de governo, assentado em metas programáticas, em objetivos a serem atingidos a curto, médio e longo prazo. O projeto é o traçado do futuro, a estrada de ferro por onde passará o comboio chamado nação. O governo Virgílio Távora, por exemplo, um dos maiores do Ceará, talvez o maior, no seu primeiro "veterado" apresentou o primeiro plano de governo - o Plameg - Plano de Metas Governamentais -, no qual baseou suas ações no sentido de definir um rumo ao desenvolvimento do Estado, e não apenas se prendendo a questões do dia a dia da máquina administrativa. Hoje, o Ceará colhe os frutos da visão futurista e empreendedora de Virgílio, pois os sucessores deram prosseguimento aos seus planos e os ampliaram, graças àquela visão pioneira de Virgílio ao criar e implementar os polos metalmecânico, a industrialização, o Centro Administrativo do Cambeba. Daí a razão pela qual o Ceará é exceção no universo do miserê nacional, apesar de seis anos de seca e de uma quadra política adversa.

O próximo presidente da República não pode apresentar-se à Nação de mãos vazias, sem um plano de metas, sem um projeto de governo, se não quiser ser mais um na roda de moer presidentes e de fazê-los maus administradores da coisa pública, como atualmente se observa. Getúlio Vargas, por exemplo, tratou de tirar o Brasil do campo e de trazê-lo para a industrialização, criando a Petrobras, a Companhia Siderúrgica Nacional, o BNB. Juscelino criou Brasília, e será para sempre lembrado por esse feito histórico. É preciso alavancar e acordar o gigante adormecido.

Eduardo Fontes
Jornalista e administrador