Facções disputam território

O Ceará já registra, de janeiro a abril deste ano, 1.626 Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) - homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidos de morte. Esta matéria da editoria de Polícia, de segunda-feira, 21/5, foi a mais lida da semana no Diário do Nordeste.

A justificativa da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) é que a grande maioria dessas mortes estejam ligadas a disputas territoriais entre as facções. O principal conflito, atualmente, envolve a facção local Guardiões do Estado e o Comando Vermelho (CV). Porém, uma briga ocorrida no Estado do Amazonas pode representar mais um impacto no número de execuções no Ceará.

Repercussões do crime

Uma fonte de uma célula de Inteligência da SSPDS disse que os reflexos da briga entre as facções Família do Norte (FDN) e CV, em Manaus, devem aparecer no Ceará, em breve. "Aqui essas duas facções conviviam em harmonia. Era como se fosse uma coisa só. Tanto que dividem os mesmos territórios na venda das drogas, e são custodiados juntos nas mesmas penitenciárias. Para dividir isso, vai dar muito trabalho e, certamente, muita gente envolvida com uma das duas organizações vai morrer", avalia a fonte policial.

O investigador explica que de todas as facções que atuam no Estado, apenas o Primeiro Comando da Capital (PCC) não está "em guerra" com as outras. Conforme analisa, a organização criminosa paulista adotou uma espécie de política empresarial para conseguir lucros maiores. "Ao PCC não interessa brigar. Virou uma empresa. Ele traz a droga para a GDE vender aqui no Ceará. Contanto que a GDE pague, não interessa com quem está brigando, se mata muito ou pouco, se comanda uma ou dez comunidades de Fortaleza. Independentemente de qualquer conflito, o lucro do PCC é garantido, sem que ele se envolva diretamente", avalia o policial. Por conta deste contato para o fornecimento da droga, a GDE é 'aliada' ao PCC no Ceará.