Esperança para a paz

O gesto de aproximação entre as duas Coreias, acontecido há pouco mais de uma semana, na zona desmilitarizada entre os dois países, continua a repercutir positivamente pelo planeta. De fato, o mundo foi surpreendido pela atitude do líder norte-coreano Kim Jong-un, e do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, quando se encontraram em cerimônia na região de Panmunjon. Em momentos distintos, um e outro cruzaram a linha imaginária onde o famoso Paralelo 38 delimita a fronteira. Juntos, os dois plantaram simbolicamente um pinheiro na zona fronteiriça, com solo e água de ambas as nações.

Após, dirigiram-se ao prédio da Casa da Paz, onde um cessar-fogo, assinado em 27 de julho de 1953, pôs termo ao conflito, temporariamente. Há quase 65 anos as duas Coreias ainda encontram-se tecnicamente em guerra, mas o ato de Kim Jong-un - o primeiro dirigente norte-coreano a pisar o solo do país vizinho desde o final do conflito (1950-1953) - poderá tornar real e cada vez mais próxima a possibilidade da assinatura de um tratado de paz definitivo.

Na Casa da Paz, os dois líderes mantiveram uma longa reunião de cúpula, com o objetivo inicial de estreitar as relações intercoreanas e a confiança mútua entre os dois países. Os principais compromissos assumidos incluem a cessação de todos os atos hostis; a desnuclearização completa da península coreana; a participação conjunta em eventos esportivos; uma reunião entre famílias separadas pela guerra, no Dia da Libertação Nacional, 15 de agosto próximo; a assinatura de um acordo de paz final, ainda este ano; e a manutenção do diálogo, bem como o encorajamento de trocas, cooperação e contatos em todos os níveis. Moon Jae-in concordou em visitar Pyongyang, capital norte-coreana, brevemente, e verifica-se uma tendência gradual de fortalecimento desses laços.

O presidente Donald Trump, e países como a Rússia, China e Japão elogiaram o encontro, na expectativa de que atitudes concretas possam robustecer a esperança para a paz na região. Sem dúvida, o mundo respirará aliviado com a vitória do entendimento entre os governantes asiáticos.

Gilson Barbosa. Jornalista