Espaços televisivos

Treze candidatos disputam a Presidência da República. A partilha de tempo na TV, a cargo da Justiça Eleitoral, alcançará segundos, frustrando o ouvinte, quando o seu escolhido proferir somente duas ou três frases, consubstanciando seu pensamento à simples apresentação, o que relembrará o saudoso Enéas, que apenas dizia: "Meu nome é Enéas..."

Excetuando Geraldo Alckmin, os demais não terão espaço suficiente para definir posturas, com clareza, limitando-se a referências superficiais, que serão impactantes, para surtir efeito junto aos que irão decidir o seu voto na pugna de 7 de outubro. Mesmo os slides, válidos nessa sistemática, não são o bastante em determinar soluções para problemas cruciais, salvo nos longos debates, noutras ocasiões, ou até nos comícios em praças públicas onde, a céu aberto, não se obrigam a delimitar tais oportunidades.

Para os mais longevos, os antigos comícios varavam duas ou mais horas, como o célebre meeting da Praça da Sé, em SP, na campanha das Diretas Já, com tribunos tipo Franco Montoro, Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela e, em quatro minutos, a minha pregação sobre Eleições Diretas, também nas capitais, aprovada, e prestes a ser seguida em todas as competições, nos passos iniciais da redemocratização em curso no País. Os debates são a melhor alternativa para que os pretendentes ao Planalto disseminem suas ideias e convençam os eleitores dos seus propósitos, nessa expectativa de Poder; quando haverá possibilidade para amenizar a rigidez de normas implacáveis. Os mais sapientes são ladinos na busca de espaços menos avaros.

Mauro Benevides
Jornalista