Enquanto há vida...

Em qual recanto se esconde o encanto, do doce canto e do suave manto, que a vida nos oferece? Enquanto existirem os refinamentos dos sonhos em nossas imaginações e a presença da consciência plena, procuremos essa resposta. A raiz base de tudo, decerto, está no amor.

Mas como aprofundar-se na busca da felicidade que se espera? O autoconhecimento e o questionar-se diante dos atos nossos de cada dia podem trazer a solução.

Enquanto algo fizermos para alcançar nossos bons desejos, que se diluam medos e impedimentos; e que a viva matriz da existência se aprimore, mesmo no meio de indevidas frustrações. Enquanto há vida, há esperança; que essa verve viva verde força hercúlea da alma, se renove em todos os instantes de nosso combater. Que os limites sejam aliados dos alicerces para superá-los. Os seres humanos são muito faltantes e ainda que alcancem tudo para se locupletarem nas suas vontades, ocasionalmente, precisam enfrentar os traços do indesejado, diante das suas incompletudes. O mais rico é o que precisa de pouco; não necessariamente o que tem muito.

Enquanto a mente for o comandante de tudo, um corpo dilacerado e alterado pelas mazelas do tempo pode até mesmo se sentir mais inteiro do que antes de sua quebra.

Como diz a música, "enquanto você se esforça para ser um sujeito normal, e fazer tudo igual, eu do meu lado, aprendendo a ser"... Pouco, vou fazendo do meu jeito, devagar e sempre, transformando loucuras, dúvidas em paz, buscando curas, ou algo mais.

Talvez nunca consigamos executar tudo que queremos, pois certamente, num dia seremos interrompidos no que fazemos. Faz bem fazer o bem, em qualquer lugar. Enquanto nos for permitido, fiquemos a vigiar.

Russen Moreira Conrado. Médico e psicoterapeuta