Educação integral aos jovens

A Educação Integral é reconhecida como um caminho para melhoria da aprendizagem e redução de desigualdades. A população brasileira concorda com essa afirmação: nove em cada dez brasileiros acreditam que essa concepção de ensino é necessária para o futuro das novas gerações, segundo pesquisa do Instituto Datafolha. Certamente, quando falamos de Educação Integral, não nos referimos a um apanhado de atividades para "ocupar" as crianças e jovens. Também não se trata apenas de aumentar o tempo de exposição à aprendizagem.

Para que ela se concretize, é necessário pensar em diferentes estratégias atreladas a uma diversificação de espaços e conteúdos que, de forma articulada, garantam a qualidade do processo educacional e contribuam para a ampliação de repertórios, melhor convivência e participação na vida pública, fluência comunicativa e ampliação de perspectivas de futuro.

Reconhecendo a importância do desenvolvimento pleno das crianças, adolescentes e jovens, o Plano Nacional da Educação estabelece, em sua meta 6, a ampliação da oferta dessa concepção de ensino.

Até 2024, 50% das escolas públicas precisarão oferecer jornada em tempo integral, atendendo a 25% dos alunos da Educação Básica. Mas para alcançar estes índices é preciso o envolvimento de diversos atores, somando grandes esforços.

O Plano apresenta algumas estratégias para a concretização da meta. Uma delas traz a parceria entre Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e escolas como uma possibilidade para ampliar a carga horária e o número de alunos participantes em atividades, de forma articulada com a rede educacional.

Sabemos que inúmeras OSCs têm desenvolvido projetos com grande potencial de transformação. Uma boa medida é a relação das organizações que participam do Prêmio Itaú-Unicef, realizado pelo Itaú Social e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que em 2018 está com as inscrições abertas para sua 13ª edição e comemora 23 anos de história.

Na medida em que oferecem conteúdos diversificados e oportunizam às crianças e jovens a circulação e apropriação do local onde vivem e a ampliação de conhecimentos e experiências, as OSCs assumem papel fundamental para o desenvolvimento das múltiplas dimensões humanas. Neste sentido, é importante garantir a qualidade pedagógica das ações.

O entendimento e a definição das demandas, a intencionalidade e os objetivos de aprendizagem precisam ser claramente definidos entre as equipes gestoras e educadores envolvidos. O aprimoramento constante das ações ofertadas a crianças, adolescentes e jovens, é condição essencial para garantir seus direitos.

Camila Feldberg
Gerente de fomento do Itaú Social