Dome o medo

O que é o medo? Qual a origem de sua existência? Como e o que fazer para dominá-lo? O inconsciente alberga seu controle. O medo funciona como um fantasma, ou um misterioso desconhecido enigma escondido no porão de nossas crenças e inquietações. Ele é um guardião e de alguma forma um protetor, mas jamais pode ser excessivo, para atrapalhar que seja feito, o que precisa ser feito. Muitas vezes, é no riso do desprezo, e no gozo da acomodação, que se elimina ou se manifesta, a ignorância ou o conhecimento, para contorná-lo.

Ele embota a razão, migra da fantasia e borbulha a emoção. Dome o medo para fazer o bem e para semear o amor, ainda que ele não cesse. Dome o medo e faça o necessário, pois, seu comando e controle podem ser encontrados no meio do caminho; e aproxima da vitória, da alegria e da cura almejada. O autoconhecimento e sopros de superação e coragem são preciosos aliados na intimidação do medo. O fermento dele sucumbe ao valor da sabedoria, e do conhecimento da sua causa.

O clamor do temor pode ser controlado pela ação do amor. A melodia do medo cria a música da limitação, da acomodação e do obstáculo. Que se ressuscite a razão do seu manejo. Todos têm que ter um caminho a seguir; inclusive o do enfrentamento de pedras, crises, perdas e temores. "Quem terá pena do encantador mordido pela serpente? Quem persiste no perigo perecerá nele"; que dominemos o que nos maltrata com sensatez, lógica e paciência. O medo envelhece e oblitera a realização do novo; isso, muitas vezes é o maior transformador dos sonhos e esperanças que idealizamos. Dominemos o medo que tenta nos conter; vale à pena domá-lo.

Russen Moreira Conrado
Médico e psicoterapeuta