Devaneios

A natureza exagerou na fartura ao criar essa Terra de Santa Cruz. Parece até que o fez de propósito, dotando-a de peculiaridades incomuns às outras nações: sua extensão territorial, seus variados mananciais, fauna e flora exuberantes, e demais riquezas, além de livrá-la de cataclismos, que poriam em desequilíbrio a placidez de sua vida. É indiscutível que sua arrumação sócio-política ainda está muito distante de acomodar-se aos anseios de seu jovem e laborioso povo. É visível que a sociedade não está serena; ultimamente, menos do que outrora. Mesmo dizendo-se que as instituições estão funcionando, há um visível desequilíbrio entre essa afirmação e a realidade sócio-política desta linda nação. Mesmo assim, para um significativo percentual de brasileiros, tudo caminha sem atropelos, e mais, de forma a pensarem um futuro alvissareiro. O pleito eleitoral, distante poucos meses, com a visível inquietação de candidatos ao ingresso na contenda, e a participação do Brasil, no neste mês, na Copa, podem dar a impressão de que a cidadania está em alta. Ela, não, mas o devaneio de muitos, sim. Os aprestos a tais acontecimentos suplantam uma realidade díspare dos reais anseios do povo. São diárias as notícias do andamento de medidas policiais e judiciais, motivadas por "varredura" político-administrativa ininterrupta, pelo respeito que nossa cidadania merece. Comemorem-se fatos integrantes da vida de uma nação, mas sem preterir os reais valores que sustentam nossa formação democrática.

Antônio Caminha Muniz Filho
Advogado