Dengue e álcool

Muito se fala e se faz para prevenir a dengue. Pouco tem sido feito para evitar os danos do álcool. O abuso de bebidas tem matado mais que todas as outras doenças. Pena que a população não esteja sendo informada da gravidade e dos prejuízos desta pandemia... Mortes por agressão, acidentes, doenças crônicas associadas ao alcoolismo, invalidez, desestruturação familiar compõem um grave drama silenciado por omissas políticas de governo. Têm sido imensos e louváveis os esforços para evitar a proliferação do Aedes aegypti. São frequentes os boletins informativos. E por que isso não é feito para os agravos relacionados ao álcool?

Por que não são distribuídos manuais sobre problemas do álcool para os profissionais de saúde? Por que não se veem panfletos alertando a população a também se proteger dos danos das bebidas? A população é orientada para evitar focos de dengue. E os focos de alcoolismo? Por que ninguém se preocupa com eles? Por que os bares não são fiscalizados? Por que a propaganda de bebida em nossa cidade não é monitorada e reduzida? Por que se permite que botequins funcionem sem as mínimas condições sanitárias?

Nem todo mosquito transmite dengue e nem todos, que são picados por ele, contraem a doença... Da mesma forma que água parada favorece a dengue... Bares oferecendo bebida fazem multiplicar o abuso de álcool e todos os males que podem vir junto.

Bodegas e botequins são focos de alcoolismo. Está na hora da Vigilância Sanitária acordar, da Secretaria do Meio Ambiente entrar em ação, do poder público agir...

Regina Elias
psicóloga, mestre em Saúde Pública