Caverna da vida

Nem tudo está perdido. Quando vemos e ouvimos muitas pessoas pregando o apocalipse, dizendo que tudo vai mal, que tudo é corrupção no País, que não devemos acreditar em ninguém, que só temos que acreditar em nós mesmos, como se a jornada da vida fosse uma corrida solitária, que tudo é o "mercado" que regula as nossas vidas, e a nossas felicidades de consumo e que nos leva ao egoísmo e ao individualismo, que nos tira a coragem para enfrentarmos à vida e de acreditar nos caminhos do bem, da paz, da solidariedade e, acima de tudo, no amor ao próximo, o mundo nos dá uma lição.

O resgate dos 12 garotos e do técnico do time que o grupo formava, o "Javali Selvagem", presos em uma caverna inundada, inesperadamente, na cidade de Mae Sai, na Tailândia, nos revela quanto o amor, a solidariedade e o altruísmo são capazes de resgatar vidas. Essa história real mostra ao mundo, mais uma vez, como uma corrente de esforços humanitários em prol da vida ainda está presente no coração de muitas pessoas.

O esforço dos tailandeses, da comunidade internacional e de bilhões de pessoas, mundo afora, numa torcida pela vida, é mais uma prova de que nem tudo está perdido, de que ainda somos capazes de confiar e de acreditar no outro, e que a solidariedade sempre há de prevalecer. Uma grande aventura em nome da vida, foi o que assistimos nesses últimos quinze dias.

O planeta numa corrente de fé se uniu com mesma força e sentimento que une os países para o maior evento esportivo, a Copa do Mundo da Rússia 2018. Precisamos saber enfrentar as nossas cavernas diárias.

 

Paulo Henrique Araújo Lima
Bacharel em História