Buscando vitória

O quadro sucessório principia a desenrolar-se com mais clareza e precisão, ante os esboços coligativos entre grandes e médias agremiações, mercê de cálculos aproximados, no que tange à Presidência da República. Como legenda detentora do maior número de parlamentares, os emedebistas admitem a possibilidade de eleger o sucessor de Michel Temer, se ele mantiver a decisão adotada de "motu próprio" de não postular a reeleição. Tudo adveio a partir do surpreendente episódio do malsinado incêndio em São Paulo, quando a solidariedade do primeiro mandatário não foi entendida como um gesto fraterno de índole cristã, por parte dos manifestantes radicais. Deslocando-se de sua residência paulistana para o cenário da dolorosa ocorrência, ele entendeu que não poderia deixar de solidarizar-se com as numerosas pessoas desamparadas, no intento de fazer o Poder Central amenizar o sofrimento de uma centena de famílias, vivendo em risco imediato, tudo transformado em pavoroso transe, que estarreceu o País inteiro.

Os despropositados apupos que recebeu impressionaram o titular do Planalto, influenciando-o a efetivar um desejo que já alcançava a esfera de sua indecisão. Excluída a hipotética candidatura, renasceu a oportunidade para Henrique Meirelles efetivar-se como a nova alternativa de uma titularidade até então patenteada discretamente.

Um outro panorama começa a ser redesenhado no mesmo horizonte sucessório, deixando de sobreaviso a enorme massa eleitoral da nossa maior facção partidária. Trata-se de uma loteria que ora se esboça, sem que se saiba, até aqui, quem será o possuidor da sorte magna!...

Mauro Benevides. Jornalista