Brasil de pulos e saltos

 

Há uma tendência natural, a todos os que escrevem para tevês, jornais, revistas, blogs e sites a enfocarem crises. O Brasil, desde 2003, adotou ser meio “bolivariano”. Em 12 de maio de 2015, Dilma cai. Entra Temer. Tropeços e denúncias. Deixo o Brasil ao largo. Retornarei. 

Vou por outro caminho. Simón de la Santísima Trinidad Bolívar etc nasceu no ano de 1783, em área que, depois, passaria a ser a Venezuela. Era filho de creolles hispânicos de posses. Órfão de pai aos três anos. Aos nove, morreu-lhe a mãe. Bolívar teve preceptor indicado por tio rico e, aos 16anos, foi mandado estudar na Espanha. Aos 19 anos, casa-se, em 1802, com Maria Teresa. Volta à América Latina. Sua mulher morre em 1803.

Bolívar faz votos de nunca mais casar. Retorna à Espanha. Anos após, por política, é expulso e se exila na França. Em 1806, Bolívar volta à nossa Sul América. Começa a lutar pela libertação. Participa com San Martin, argentino, descendente de espanhóis, da confederação dos países hispânicos, a Grã-Colômbia, que produz a independência do Peru, Bolívia, Equador e Colômbia. Parte desse território passa a ser a Venezuela, sob o comando de Bolívar, que sofreu adversidades e penas. Exila-se na Ilha de Santa Marta. Onde morre aos 47 anos. 

A Venezuela de hoje está quase em guerra civil, em face do nacionalismo perrengue de Hugo Chávez e de seu sucessor, Nicolás Maduro. Esta é a versão publicada. Retorno ao Brasil: passo à parte da nossa História. 

Com a queda de Napoleão, há o regresso da família Real a Lisboa, em 1821. Arrastava mais ouro do que trouxera. O Brasil passa a ter Príncipe Regente, D. Pedro I. Em 7 de setembro de 1822, acontece o “Grito do Ipiranga”. Sem gota de sangue. Estabelece-se a separação da Colônia, do Reinado de Portugal. Viva a Independência! Entretanto, o nosso D. Pedro I, em 1826, passa a ser um breve D. Pedro IV, para os portugueses. 

A estátua fica no Rossio, Lisboa. Em 1831, abdica em favor de outro D. Pedro, o Segundo. Pulo para a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Outra ação pacífica entre amigos e fruto de falso boato da prisão de Deodoro da Fonseca. Alguns do próprio Império, positivistas, maçons e os do comércio formam o Governo Provisório. 

A República começou oferecendo cinco mil contos ao ex-imperador D. Pedro II, que os recusou, e partiu para o exílio. Instituiu-se um ministério com oito componentes, civis e militares. No curto período de dois anos, houve fechamento do Congresso, Estado de Sítio, censura à imprensa e a renúncia de Deodoro, 1º presidente. 

Outro salto. Mais de um século. Agosto de 2018. Brasil em polvorosa. Ataques armados a bancos. Há desgastes políticos e protagonismos nos poderes. Vai começar o programa eleitoral pela TV. Partidos se digladiam por fundos partidários. 

A imprensa e analistas dizem ser as alianças arranjos circunstanciais. Nada ideológicos. Outubro apontará o destino do Brasil. Como será? Quem souber, favor informar.

João Soares Neto
Empresário e escritor