Avidez pecuniária

Nunca antes neste País se viu tanta avidez pela posse do vil metal como agora. Não há escrúpulo em se avançar no que é do outro a qualquer custo, inclusive nas esferas sociais mais altas, nas quais o apuro parece até pior.

Ilustra-se essa assertiva com o relato de um amigo contra cuja empresa foi movida, por um ex-empregado que urdiu ocorrências fraudulentas a seu favor, uma ação judicial, pleiteando indenização mirabolante. Inconformado com sua demissão, pelo desmonte do setor onde atuava por ineficiência, perdeu a decência, tirou a máscara. Casos congêneres são comuns e nem valem menção.

Uma visita ao Tribunal Regional do Trabalho vai atestar essa situação pela multidão lá presente. É fato que em alguns o reclamante tem suas razões, que embasariam a negociação de acordo entre as partes e evitariam o seu ingresso em juízo, incitado por quem quer que fosse. Crê-se que um advogado íntegro não hesitaria em se informar do reclamado se a reclamação de seu constituinte procederia, evitando, assim, uma injustiça. É claro que não se pode generalizar, mas a voracidade para usufruir do sonho de receber boa soma em dinheiro cega todos os que têm vínculo com o postulante.

Talvez isso seja apenas sinal dos tempos de desvio de somas fabulosas do erário e de conchavos entre público e privado, expostos no cotidiano da mídia televisiva, em que se vive. Ou pode ser que esteja se cumprindo a teoria de Viktor Frankl de existência de duas raças sobre a terra, a das pessoas direitas e a das pessoas torpes, não havendo grupo formado apenas por uma ou outra raça

Pedro Roberto Sampaio
Administrador de empresas