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Redesenho da vitória

O eleitorado brasileiro apresta-se para um segundo e decisivo confronto, após um 1º turno eleitoral dos mais agitados de nossa história política, quando treze postulantes pretendiam alçar-se à Primeira Magistratura do País.

Pesquisas sequenciadas projetavam oscilações entre os pretendentes à vaga do atual ocupante do Planalto, Michel Temer, na maior concentração de segmentos populares, em todos os recantos do território nacional.

Os canais de televisões se revezavam em debates e prognósticos sucessivos, numa galvanização de preferências que subdividiam a cada momento, sem que ninguém arriscasse um palpite certeiro, capaz de apontar aquele que seria guindado à Chefia de nossa Nação.

Se é certo que este colunista foi, em passado recente, protagonista de dezesseis competições do gênero, nenhuma delas se revestiu de tamanha mobilização, sem que se apontassem previsões definitivas, uma vez que as alterações percentualizadas não se registravam com acentuada frequência, como as assinaladas presentemente.

Nenhuma mutação no posicionamento dos aspirantes à Presidência da República chegou a surpreender os setores mais conscientizados da comunidade nacional, e nem mesmo os mais argutos especialistas se encorajavam a fazer vaticínios, sobre aspectos definidos com maior precisão e clareza.

Na sequência da nova fase instaurada no País, com os dois concorrentes selecionados para etapa final, as conjecturas se diluem em interpretações díspares, que somente as urnas, na sua complexidade, haverão de dissipar com nitidez e exatidão.

É o caso de reprisar-se o sempre lembrado adágio latino do "SIC TRANSIT GLORIA MUNDI...".

Mauro Benevides
Jornalista e deputado

Dia dos netos

Chegando o Dia da Criança de novo e a minha filharada está longe, longe, e não é fácil fazer a travessia com frequência. Então passamos o Dia da Criança sozinhos, sem nossas crianças. Mas é a vida, a saudade traz as pessoas queridas para mais perto da gente, os corações dos pais está onde os filhos estão. E as notícias que vêm d'além mar são felizes, muito felizes. No próximo ano eu vou lá e, mesmo que não seja Dia dos Pais, Dia das Mães ou Dia da Criança, será como se fosse.

As filhas se foram, a casa ficou enorme, cheia de saudade. Xuxu, a nossa Pinscher que quase completou vinte anos de idade também se foi e a casa ficou maior ainda, mas felizmente um barulho de criança permaneceu, para preencher um pedacinho do dia, um pouco da nossa vida. Falo de Gabriel, o sobrinho que agora tem 14 anos, mas desde pequeno passou a tarde aqui conosco. A mãe dele trabalha o dia todo, então depois da escola, ele vinha ficar com a gente até que a mãe viesse apanhá-lo no final da tarde, à noitinha. E Gabriel também cresceu e ficou independente, não precisa mais de nós. Então nós vamos, sim, para Portugal, no próximo ano, em janeiro e voltamos em abril. Sabem porquê? Por que nosso neto chega em abril, o neto português de Daniela e Pierre. E neto é filho duas vezes. Então lá vamos nós, de mala e cuia, para paparicar o neto ou neta que chega, que é a criança que falta em nossas vidas.

E, de repente, logo chega também mais um neto, o neto francês de Fernanda e Romain e será felicidade em dobro.

Este será, pois, um Dia da Criança muito feliz para nós todos. Por que um neto ou neta está chegando e voltaremos a comemorar o Dia da Criança. Sim, os netos começaram a chegar. E eles são portadores de uma felicidade incomensurável. Se vamos ser mais felizes? Ah, vamos sim, porque todos os dias serão dos netos que chegam, todo dia será Dia da Criança.

Luiz Carlos Amorim
Escritor, editor e revisor