Aposentadoria

Falar de tempo na contemporaneidade é sinal de correria, prazos e atrasos. Com a importância dada ao trabalho, comercializa-se cada vez mais as horas e o tempo se torna sinal de dinheiro. O trabalho representa uma necessidade vital por oferecer ao homem satisfação, socialização e sentimento de utilidade, possibilitando sensação de pertencimento a um grupo e uma identidade funcional. Diante disso, a pausa, parada e fim de uma carreira, como é o caso da aposentadoria, vem acompanhada de muitas mudanças emocionais, podendo ser positivas ou negativas. A análise etimológica da palavra "aposentadoria" já pressupõe duas ideias distintas. De um lado, pode significar o recolhimento aos aposentos, retirada do trabalho, marcada pelo status negativo de inutilidade e abandono de algo significativo.

Mas, também, representa jubilamento, carregada de otimismo, como liberdade, recompensa e contentamento. A forma como cada pessoa vivencia a sua aposentadoria depende da sua história de vida. É importante estabelecer novos vínculos afetivos, papéis sociais, realizar atividades prazerosas, entendendo a aposentadoria como um recomeço e não uma etapa final e inútil da vida. Nesse contexto, o Centro-dia surge como oportunidade de ocupação do tempo livre, possibilitando a ressignificação e reelaboração de rotinas, com atividades que promovam bem-estar físico, psicológico e social. Como disse Charlie Chaplin: "a vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, ria, dance, chore e viva intensamente cada momento de sua vida, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos".

Paula Pamplona Costa Lima
Mestre em Psicologia