Antecipação

Urge antecipar as eleições de outubro o quanto antes. O País sangra, e o povo não aguenta mais tanto sofrimento. Se ainda houver um pouco de grandeza dos homens públicos desta combalida República, a saída é uma só: eleições o quanto antes, com também a antecipada posse dos eleitos. É questão de salvação nacional. Outra saída seria a renúncia do presidente, por não reunir mais condições de governar o Brasil, abrindo assim o caminho para a antecipação do pleito. Do contrário, corre-se o risco cada vez mais presente de aparecer no meio da confusão um "salvador da Pátria".

A situação está insustentável e ninguém de sã consciência pode ser a favor de golpes ou ditaduras, com todo o seu rol de incertezas e de brutalidades. Sabe-se como começa um regime de exceção, nunca como termina e por qual preço em vidas e mortes de inocentes ou não. É preciso buscar soluções menos traumáticas e evitar aquelas sabidamente contrárias ao direito e à razão, pois a história no-lo aponta, e alguns exemplos de desmandos ainda ocorrem pelo mundo e amordaçam, acorrentam e matam a liberdade - sonho supremo e direito de todo ser humano. Espera-se, nesta quadra difícil da nacionalidade, atos de grandeza e de despojamento, e não de apego ao poder a qualquer preço, mesmo ao preço da dignidade e da honra, mesmo ferida. Não deixemos o Brasil sangrar até a última gota, e deixá-lo inerte - gigante adormecido em berço nada esplêndido, ao contrário dos versos do Hino Nacional. Um pouco de grandeza ainda é capaz de salvar ou mitigar a pequenez de muitos autoproclamados líderes políticos nacionais.

Eduardo Fontes
Jornalista e administrador