Âncora da notícia

A maior parte dos brasileiros apoia a prisão de réus condenados em segunda instância, de acordo com pesquisa Datafolha. O levantamento mostra que 57% consideram justa a prisão após condenação confirmada em segunda instância. A Operação Lava-Jato, por seu turno, mereceu amplo endosso dos entrevistados. Oitenta e quatro em cada 100 pessoas julgam que as investigações devem continuar.

A corrupção voltou a ser apontada como o maior problema do País, citada por 21% e empatada tecnicamente com a saúde (19%). O Brasil pode sair do atoleiro dos malfeitos graças ao apoio da sociedade às instituições que, efetivamente, combatem o câncer que corrói a cidadania. Não sou cabotino se destaco o papel dos jornais na batalha contra a histórica impunidade. A democracia reclama um jornalismo vigoroso e independente. A agenda pública é determinada pela imprensa tradicional. Não há um assunto relevante que não tenha nascido numa pauta do jornalismo de qualidade. Alguns formadores de opinião utilizam as redes sociais para reverberar, multiplicar, e cumprem assim relevante papel mobilizador. Mas o pontapé inicial é sempre das empresas de conteúdo independentes.

Sem elas a democracia não funciona. Por isso, são tão fustigadas pelos que costuram projetos autoritários de poder. Poucas coisas podem ter o impacto que tem o jornal sobre os funcionários públicos corruptos, sobre os políticos que se ligam ao crime, abusam do seu poder, traem os valores e os princípios democráticos. Os jornais, de fato, determinam a agenda pública. Eles fortalecem e são a âncora da democracia.

Carlos Alberto Di Franco. Jornalista