Amizade

Há pessoas que gostam de nós. Outras, não. Há quem nos incentive. Outros, destacam nossa pior faceta e apontam falhas, sem se importar se, da forma como falam, vão nos machucar. Para eles, não importa o construir, mas o esfacelar. Há pessoas que nos usam para subir: somos apenas ferramentas para o objetivo delas, que não nos incluem.

Há quem nos estenda a mão para que possamos subir um degrau. Outros, nos empurram escada abaixo. E nessa jornada feita de um suspiro, vamos aos poucos conhecendo os que se dizem amigos, mas só nos incluem quando precisam de algo, sem oferecer nada em troca.

Há ainda aqueles que, nos momentos ruins, estão ali e, nos melhores momentos, comemoram nosso sucesso, sem ter a inveja a nublar o olhar. Amigo que é amigo não está apenas no momento da queda, está também dividindo nossa felicidade.

Mas a escolha de quem trilha o caminho ao nosso lado é apenas nossa. Não vale a pena prolongar conversas com quem não nos quer incluir. É direito do outro também não nos incluir. Afinal, não somos o centro do universo. O erro é nosso em insistir. Quem muito mendiga atenção, colhe migalhas. Ninguém é merecedor de migalhas de atenção. Sempre há alguém que pode somar conosco, basta que estejamos abertos a conhecer e reconhecer outras pessoas.

Portanto, pensemos nas amizades ao nosso redor e como as temos cultivado. Olhemos para dentro de nós e observemos quem nos faz bem e quem apenas nos inclui por comodismo e interesse. A vida é muito curta para estarmos ao lado de quem não soma, ensina e troca experiências. A escolha é nossa.

Juliano Schiavo
Jornalista e biólogo