Alimentos transgênicos

A biotecnologia, através da modificação genética, cria produtos vegetais mais econômicos, mais nutritivos e saborosos e que necessitam de menos produtos químicos para o controle de pragas, para o seu cultivo e conservação.

Contudo, estes alimentos ainda causam, em pessoas menos avisadas, inquietação em relação à segurança, se bem que esta desconfiança não se baseia em algo real. As análises científicas de risco dos produtos geneticamente modificados, ou seus derivados, deixam claro que não há riscos em sua produção ou em seu consumo. É normal as pessoas temerem o novo. O problema é que alguns ambientalistas xiitas baseados na política do ´eu acho´ se colocam radicalmente contra tudo e contra todos, e fazem alegações absurdas, como a de que estes alimentos apresentam riscos para a saúde humana causando problemas alérgicos e a de que poderia até haver transferência horizontal de genes. Não conheço nenhuma referência ou trabalho científico sério documentando um efeito adverso dos alimentos transgênicos.

Há pessoas que são alérgicas a camarão, mas nem por isso camarão é prejudicial ao ser humano. Esta intolerância é pessoal. Está cientificamente comprovado que os riscos potenciais de as substâncias geneticamente modificadas serem alergênios não são, em princípio, diferentes das não modificadas. Quem acredita naquelas teorias jamais poderia comer camarão: primeiro, para não se tornar alérgico e, segundo, por medo de ficar com a cara de camarão. Estas mesmas pessoas talvez também sejam contrárias à transposição das águas do São Francisco, por ´acharem´ que isso poderia causar um impacto negativo ao meio ambiente. Durma-se com um barulho desses... É preciso ter confiança no que dizem os cientistas, que quando falam em nome da ciência o assunto já está mais do que comprovado. Toda esta polêmica já estaria dirimida se o Brasil investisse na sua empresa de pesquisa agrícola, Embrapa, que tem uma plêiade de técnicos, a maioria PhD, capazes de desfazer estas controversas.

O fato é que a biotecnologia é um método que, sem dúvida, abre enormes perspectivas de progresso em diferentes áreas, e não podemos perder a corrida científica sobre a produção agrícola.

Professor e membro da Academia Cearense de Medicina