Ações em prol do Centro

O Centro de Fortaleza começa a receber, neste mês, um conjunto de intervenções as quais deverão ser realizadas ao longo de um ano, com o objetivo de requalificar o histórico bairro.

As promissoras ações serão tomadas em diversas frentes, incluindo economia, cultura, segurança, habitação, turismo e mobilidade urbana, uma convergência que pretende tornar o Centro mais atrativo em diferentes aspectos.

Para além do vasto patrimônio histórico e cultural do bairro, o potencial econômico ali presente é conspícuo. Ainda que ele tenha perdido espaço ao longo das últimas décadas, com o surgimento de formatos mais modernos de empreendimentos na Capital, persiste no Centro uma atividade comercial efervescente e muito particular. É possível encontrar em suas ruas e avenidas uma infinidade de produtos e serviços, não raro a valores muito competitivos, uma vantagem que acaba por conservar milhares de consumidores cativos.

No entanto, sabe-se que vários gargalos estruturais que foram surgindo ao passar dos anos impedem a região de receber fluxo maior de visitantes e, inclusive, ameaçam sua sustentação enquanto habitat comercial no longo prazo. A meta da administração municipal é exatamente atacar esses problemas para agregar valor e estimular a movimentação naquelas cercanias.

Nesse sentido, o eixo da mobilidade carrega enorme relevância. Por se tratar de uma zona que não suporta mais o incremento de veículos motorizados em suas vias que não foram projetadas para essa escala, faz-se necessário estimular o movimento de pessoas a pé, de ciclistas, bem como o transporte coletivo. Entre as obras previstas, estão a reforma dos calçadões, em prol do fluxo ordenado e seguro dos pedestres; e a implantação de faixas exclusivas para ônibus. Serão criados também novos espaços destinados aos ambulantes regularizados pela Prefeitura.

O comércio informal se alastrou de tal forma pelo Centro que se tornou empecilho para os próprios protagonistas do local, que são os consumidores e os frequentadores. Controlar a presença de ambulantes é indispensável para recuperar o charme e a prosperidade da região. O encerramento da feira da Rua José Avelino foi um passo considerável nesse processo, mas ainda há muito a ser feito no tocante ao ordenamento. Faz-se oportuno os gestores terem em mente que as altas taxas de desemprego motivam o aumento das atividades informais, o que pode estimular a presença de ambulantes. É preciso estar preparado para conter esse fenômeno.

O projeto também prevê ações para ampliar a segurança, com a instalação de câmeras de videomonitoramento. Na divisão de cultura e turismo, a gestão almeja fortificar a agenda cultural para o Centro, onde estão cravados equipamentos deveras fascinantes, tanto para turistas como para residentes.

Espera-se que as medidas postuladas alcancem o intento de dar vida nova e redimensionar o Centro de Fortaleza; e que seja permanente o investimento na área. Sua deterioração afastou as gerações jovens da experiência única de explorar os seus tesouros arquitetônicos e a sua memória cultural. Faz-se necessário fisgar esse público novamente. O estabelecimento de laços nasce de boas experiências, e estas são possíveis desde que a gestão pública dê a atenção necessária ao Centro, eliminando os antigos problemas e rejuvenescendo-o, ao mesmo tempo em que se preserva a abundante relevância histórica do bairro.