A vida e a morte

Há quem diga que viver é aproveitar cada dia como se fosse o último. Mas para seguir essa filosofia, é inevitável pensar na morte, um tema que se tornou proibido de ser falado. E se ao invés de medo e repulsa fosse possível encontrar sentido a partir da reflexão sobre o fim da vida das pessoas? 

A Tanatologia, ciência que visa a entender a relação que os indivíduos e a sociedade estabelecem com a morte e os processos do morrer, é um dos meios que nos ajudam a ter uma vida mais consciente e cheia de sentido.

 A morte é um processo que está em nós desde que nascemos e não discutir sobre ela acarreta em uma sociedade despreparada para lidar com seus desdobramentos. 

Portanto, é importante que haja uma educação voltada para tratar sobre o tema, fazendo com que possamos ter a real dimensão do que há de mais valioso na vida e descobrir a arte do bem viver tendo como referência o tempo e a finitude.

 Falar sobre a morte tem sido fundamental sobretudo para estudantes e profissionais que geralmente lidam, no dia a dia, com perdas e luto, como psicólogos, enfermeiros, médicos e assistente sociais. 

Tais profissões precisam entender a necessidade de se preparar para promover atendimentos mais humanizados e ter uma conduta profissional que encare a morte com tranquilidade.

 Estar preparado para a morte significa oferecer sentido a toda uma trajetória de vida. É possível viver bem, assim como é possível morrer bem, sem angústias ou arrependimentos, mas grato pela vida repleta de significados que escolhemos atribuir. 

E esse é um dos grandes desafios: estimular o pensamento sobre a morte como qualificadora de nossas escolhas para uma vida plena.

Erasmo Ruiz
Psicólogo e Doutor em Educação