A praça é nossa!

Edgar é um neófito cidadão e apesar dos tenros anos de idade, hoje dois, traz consigo no bolso da mochila enfeitada com a gravura do Mickey Mouse, seus registros sociais RG e CPF expedidos pelos órgão públicos responsáveis. Logicamente, desconhece a historicidade que envolve a Praça dos Mártires, projetada pelo engenheiro militar Silva Paulet e construída em 1890.

Essa fora palco da execução de alguns revolucionários do movimento emancipatório denominado a Confederação do Equador, nos idos anos de 1825. O Passeio Público, hodiernamente conhecido, teve sua época decadente nos anos 1990, quando foi ambientado pelo tráfico de drogas e prostituição. Apenas nos anos 2000 e depois em 2007, é que passou por processos de revitalização. Edgar frequentou a praça para comemorar com seus entes, seu primeiro ano de vida em 2017. Saboreou guloseimas em um divertido piquenique, à sombra do velho baobá, árvore centenária que lá embeleza o lugar, enquanto os smartphones lhe registravam fotos e vídeos para a posteridade. Voltaria meses depois, desta feita para sua primeira experiência carnavalesca.

Bandinha, confetes e serpentinas faziam o colorido e a animação da festa momina para a meninada. Após várias peripécias, Edgar descansou sonolento no colo materno que lhe acolhia junto ao banco que fica ao lado do simpático restaurante de onde se pode admirar o mar ao longe. Certamente desejará retornar! Seu semblante de alegria revela isso. Espera presenciar, mais atrativos lúdicos e divertidos. Das facetas históricas, esta é a melhor, um lugar para as crianças. "A praça é nossa!"

Edmar de Oliveira Santos. Escritor