A atualidade de Einstein


Albert Einstein (1879-1955), físico alemão, autor da Teoria da Relatividade, publicou, em 1934, “Como vejo o mundo”. Escrito um ano depois da ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, provocando a partida do cientista para os Estados Unidos – onde viveu até a morte –, o livro reúne reflexões acerca da situação política de seu tempo, na qual enfatizava a luta contra o armamentismo e, consequentemente, a busca permanente pela paz. 

Entre outras coisas, declarou que “armar-se significa exatamente (…) não aprovar e nem organizar a paz, mas dizer sim à guerra e prepará-la. Sendo assim, não se pode desarmar por etapas, mas de uma vez por todas ou nunca”.

Ainda ao abordar este tema, Einstein disse que “os gênios mais notáveis das antigas civilizações sempre preconizaram a paz entre as nações. Compreendiam sua importância. Mas, hoje, esta posição moral é rechaçada pelos progressos técnicos. E nossa humanidade civilizada descobre o novo sentido da palavra paz: significa sobrevivência”. 

A obra, lançada no calor da chegada do Partido Nacional-Socialista de Adolf Hitler ao comando da política alemã, denunciava toda a preocupação do grande físico com o que poderia vir em seguida. Como se viu, tudo terminou com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e suas terríveis consequências para o mundo.
Mas o que chama a atenção é a atualidade dessas frases, escritas há mais de 80 anos e ainda vivas num mundo cheio de conflitos. 

Temos aí a guerra civil na Síria, bem como os intermináveis atentados no Iraque e Afeganistão. No Iêmen, outra guerra, quase fora dos noticiários, causa fome e morte. Armas modernas destroem cidades, matam inocentes. A luta pela paz deve ser incessante e um objetivo a ser perseguido em prol da própria manutenção da espécie humana. Mais do que nunca, como disse Einstein, paz passou a ser sinônimo de sobrevivência, para todos nós.


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