Turismo responderá por 25% do PIB cearense em 15 anos

O turismo deve representar em 15 anos cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. A estimativa é do secretário do Turismo, Arialdo Pinho, que participou ontem (28) do seminário "Novos Turistas, Novos Desafios", no Centro de Eventos, em Fortaleza. "Em 10 anos, a gente deve dobrar o que é hoje". Segundo a apresentação do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), o turismo representava em 2013 (dados mais atuais) 5% de toda a riqueza produzida no Estado.

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"O turismo é uma atividade muito importante para o Ceará, mais importante do que a agropecuária dentro do Estado. Eu acho que o Ceará está fazendo ações para que aumente essa importância. Com o hub, por exemplo, é possível fazer stopover para o turista ficar dois ou três dias e isso tem um impacto na economia. Existem também outros equipamentos turísticos que estão pensando em fazer que atrairão muitos turistas", explicou o economista do Ibre/FGV, Claudio Monteiro, um dos responsáveis pelo estudo.

Ao ser questionado se o ano de 2013 não estaria de acordo com a realidade atual do Ceará, Monteiro afirmou que "a questão de ser abordado o ano de 2013 não muda muito não. O turismo hoje certamente é maior do que em 2013, não tenho dúvida, mas o PIB do Ceará também é maior. Então os dois valores crescendo, o percentual não vai ser muito diferente".

Segundo ele, o ano de 2013 representa uma melhor realidade. "Nós inclusive já voltamos para o patamar verificado em 2013. A representatividade do turismo no PIB vai sim, com certeza, aumentar no Ceará com todas essas ações que estão sendo efetivadas", completou.

Desafios

De acordo com Flávio Ataliba, diretor geral do Ipece, é importante listar desafios que o Estado vai enfrentar daqui para frente com o "boom" do setor. "É necessário que o Ceará esteja atento a essa expansão para aproveitar melhor o desenvolvimento da atividade. O hub é fundamental para potencializar e conquistar novos mercados, e essa estratégia de abertura de centros de conexão é muito relevante".

Diante do cenário ele explicou ser necessário conectar o Estado a outras cidades que possuem hubs de grande importância, como Londres, Atlanta, Pequim, Panamá, com o objetivo de conquistar novos mercados. "Além disso, é preciso ter atenção máxima ao problema da segurança pública, doenças e infraestrutura econômica e social, como cursos de idiomas e culinária. É importante ainda o Estado aumentar a participação no comércio mundial, que hoje é de apenas 1%", acrescentou.

Ataliba ainda disse que é interessante aproveitar a revolução digital para conquistar novos turistas para o Ceará e o máximo possível de novos instrumentos de análise para potencializar o planejamento turístico do Estado. "Temos indicativos da expansão do turismo no mundo inteiro. A Europa e Ásia são dois importantes mercados".

Contexto

Segundo Ataliba, em 2016, o Ceará recebeu mais de 3,2 milhões de turistas, dos quais 2,97 milhões são visitantes nacionais e 265,1 mil são internacionais. Desse resultado, 91,83% representam viajantes domésticos e 8,17% estrangeiros com entrada a partir de Fortaleza. Entre os principais emissores estão São Paulo (19,32%), Rio de Janeiro (10,22%), Pernambuco (8,68%), Minas Gerais (7,27%), Distrito Federal (7,24%), Paraíba (6,86%), Bahia (6,82%) e outros (33,57%).

A Itália possui a maior participação entre os emissores internacionais de visitantes para o Estado do Ceará com 16,98% do total. Em seguida aparecem França (13,63%), Argentina (12,94%), Portugal (12,64%), Alemanha (10,39%), Suíça (5,95%), Espanha (3,85%) e outros países (23,71%).

Novos voos

As novidades do mercado aéreo internacional incluem mais quatro novos voos até fevereiro de 2019, segundo o secretário Pinho. "Não tem nenhum novo voo fechado, mas temos outras negociações em andamento. Nós fomos procurados por um grande emissor mundial que nós vamos trabalhar e realizar a primeira reunião ate o final de julho. Seria uma ligação com a Ásia, com interligação, uma parada em algum lugar. Por causa da logística, não teria como ser um voo direto", afirmou.

Gol

Pinho disse que o aumento de voos da Gol refletiu no crescimento do mercado cearense para a companhia. "Não adianta você vender um estado ou um país se você não tem conexão aérea. Agora as pessoas têm como chegar no aqui. Mais rapidamente nós seremos o segundo ou o terceiro lugar no País para a Gol. Isso é uma questão de meses. O contrato que nós temos com eles é para 40 voos diários. Eles têm que botar voos. No ano que vem são 50 voos, tanto da Gol quanto da Latam", explicou.

O que eles pensam

Vendas para os EUA estão dentro do esperado

"As nossas vendas para os Estados Unidos estão dentro do esperado pela companhia. Toda a nossa aposta está focada nos EUA então o desenrolar disso vem do retorno que essas operações passam a dar no horizonte de médio prazo para medir os resultados. Estamos na expectativa e ansiosos para que esses resultados sejam muito bons. Essa semana anunciamos o codeshare com a Delta para distribuir esses passageiros para outros destinos. Sobre novos voos entre Fortaleza e outras capitais do Nordeste a gente realmente tem estudado essas possibilidades".

Renata Pedretti
Gerente comercial da Gol Linhas Aéreas

"Eu estou muito feliz em estar aqui neste painel porque durante 25 anos de hotelaria poucas vezes eu participei de seminários como este de turismo. Nós precisamos mostrar aos nossos governantes a força do turismo. De uns anos para cá muita coisa no turismo mudou. Os dados do PIB do setor são muito importantes para conhecimento de todo o trade até para elevar a quantidade de turistas. Com o hub, Fortaleza se tornará portão de entrada de turistas internacionais no Brasil. Com este equipamento, aumentam as nossas responsabilidade com o turismo".

Eliseu Barros
Presidente da ABIH-CE