Tarifa aérea média sobe 11% no Estado no 1º tri

Escrito por Redação ,

Fortaleza/Brasília. Após quatro anos de queda, a tarifa média aérea doméstica dos voos de e para o Ceará voltou a subir no primeiro trimestre de 2018 ante igual período de 2017, com um crescimento de 11% – o maior em 10 anos. Com isso, a tarifa, cujo cálculo leva em consideração uma média dos valores de 40 milhões de voos no período, ficou em R$ 407,01 ante a média de R$ 366,71 registrada nos três primeiros meses do ano passado. Os dados foram divulgados nessa sexta-feira (29) pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Levando em consideração apenas os primeiros trimestres de cada ano, este é a primeira variação positiva após quatro anos. No primeiro trimestre do ano passado, segundo os dados da Anac, houve queda de 9,1% na tarifa média dos voos domésticos de e para o Ceará ante igual período de 2016, quando houve queda de 1,6% ante 2015. Em 2015, foi registrada retração de 23,5% ante 2014 e, em 2014, baixa de 3,2% ante 2013.

O crescimento no primeiro trimestre deste ano também representa o maior desde 2008, quando a tarifa aérea de voos domésticos de e para o Ceará cresceu 40,8% no primeiro trimestre daquele ano ante igual período do ano de 2007 (R$ 910,84). Os números levam em conta as operações no Aeroporto de Fortaleza e no Aeroporto de Juazeiro do Norte. Considerando apenas março, a média mensal calculada em R$ 408,65 representa alta de 27,3% ante igual período de 2017, maior alta do ano.

Por companhia, a menor tarifa média doméstica de para o Ceará ficou por conta da Latam, com R$ 327,83, um crescimento de 3,1% na tarifa aérea média doméstica ante igual período de 2017, seguida pela Gol, com R$ 395,69, alta de 10,4% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Azul, com R$ 477,85 (15,8%) e Avianca, com R$ 491,82 (expansão de 15,3%), aparecem na lista com as maiores tarifas aéreas médias em voos domésticos, de acordo com os dados divulgados nessa sexta pela Anac.

Franquia de bagagem

Técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) declararam nessa sexta que podem demorar até cinco anos para avaliar o real impacto da cobrança de bagagem sobre o preço das passagens aéreas no Brasil. A autorização para que as empresas passassem a cobrar pelos itens despachados em voos domésticos foi aprovada pela Anac em dezembro de 2016 e as novas regras passaram a vigorar em junho de 2017, após questionamentos na Justiça. A suspeita de que os preços não caíram motivou o Tribunal de Contas da União (TCU) a instalar uma auditoria para verificar os reais efeitos da medida.

“Fundamentamos a norma a fim de oferecer mais opções de escolha. Antes, os passageiros só tinham a opção de comprar a passagem com a franquia de bagagem, que representava um custo (operacional para as empresas), era precificado e repassado a todo mundo. Hoje, um passageiro pode não pagar por isto se não quiser pagar”, disse hoje o gerente de acompanhamento de mercado da Anac, Cristian Reis, depois de afirmar que, no primeiro trimestre deste ano, o preço das passagens aéreas já aumentou, em média, 7,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.

Na época da introdução das novas regras, representantes das companhias aéreas alegavam que a cobrança em separado permitiria a redução do preço dos bilhetes para os passageiros que viajassem apenas com a bagagem de mão. Em março de 2017, antes mesmo da aprovação da resolução, o então ministro dos Transportes, Portos e Aviação, Maurício Quintella, chegou a dizer que, se os preços das passagens aéreas não baixassem com o fim da franquia obrigatória de bagagem, a medida da Anac poderia ser revista.

“Se alguém, em algum momento, disse que os preços das passagens iam cair ou aumentar, isso é algo que não é possível dizer. Porque o mercado é desregulado. Ninguém tem o controle sobre os preços, que resultam do mercado. Nem as próprias empresas aéreas têm o controle sobre os preços”, disse Reis. Em março de 2017, o diretor-presidente da agência, José Ricardo Botelho, defendeu a medida.

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