Segmento ligado a funerárias e cemitérios gira R$ 100 mi em Fortaleza

Desde o velório até o enterro ou cremação, o Ceará conta com empresas de referência nacional no setor, capacitadas a prestar todos os serviços necessários para amparar as famílias dos mortos

Escrito por Hugo Renan do Nascimento , hugo.renan@diariodonordeste.com.br

Com uma gama ampla de serviços, preços e uma movimentação que ultrapassa os R$ 100 milhões por ano em Fortaleza, o setor de funerárias e cemitérios deve retomar os investimentos, a partir de 2019. “É um setor que veio de uma expansão e tem dois anos que deu uma estagnada. O setor não retrocedeu, mas não surgiram novos empreendimentos. Em 10 anos, houve uma expansão significativa, mas parou. A maioria das empresas tem investido para qualificar seus quadros e eu acredito que vamos crescer nos próximos anos”, afirma Mayra Grisólia, presidente do Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Ceará (Sefec).

Para além dos planos funerários, as empresas estão buscando inovar nos produtos e serviços oferecidos aos clientes. De acordo com Grisólia, o que está muito em voga é a questão do cerimonial. “A cerimônia fúnebre tem ficado cada vez mais sofisticada. Tem mais momentos com a família com várias homenagens, que incluem violinistas, vídeos ou um sobrevoo de helicóptero com chuva de pétalas. Há uma preocupação de ampliar os funerais com a contratação de equipes específicas. Nós somos conhecidos no Brasil por termos um serviço bem prestado nesse sentido”.

Mão de obra

A presidente do Sindicato ainda cita o interesse das empresas em qualificar a mão de obra. “Inclusive com parceria com o Sebrae para capacitar os profissionais tanto no atendimento quanto na operação. Além disso, é objetivo do Sindicato dar um suporte psicológico para os funcionários. Há também os profissionais da Psicologia do Luto que tratam as famílias e os as pessoas que lidam com as perdas”.

Para a diretora comercial do Grupo Memorial, Patrícia Meireles, as inovações do setor se destacam na área de cremação e homenagens. “Recentemente inauguramos o complexo Velatorial Memorial Funeral Home, com a proposta intimista de velatórios, que vem sendo culturalmente transferido das residências para estruturas especializadas, como a nossa, onde a família encontra mais serviços, comodidade e sofisticação”.

Segundo ela, o complexo possui 740 m² de área construída e comporta até cinco velórios ao mesmo tempo. “A rede de informação e acolhida às famílias enlutadas, todo o preconceito que historicamente envolve a tanatologia também nos impulsionou a criarmos o Instituto Revoar, que vem atuando no bem estar emocional das pessoas, promovendo ações terapêuticas, palestras e workshops com diversos temas”, explica. 

Planos e preços

A diversidade de serviços e produtos tem tornado o setor cada vez mais competitivo no mercado. Segundo Grisólia, há 40 empresas do ramo associadas ao Sefec atualmente e a ideia é expandir a atuação no Interior do Estado nos próximos anos. Ela explica que muitos estabelecimentos são dirigidos por famílias e outros são grandes grupos com várias unidades pelo Ceará. 

Alguns planos funerários podem ultrapassar os R$ 30 mil para o uso imediato do cliente. Há outros com parcelas fixas de no mínimo R$ 19 mensais. “Hoje, existem vários planos funerários no mercado e eles variam de preço mediante a qualidade e quantidade de serviços e produtos inclusos. Em nossa carteira, o cliente pode contar com planos completos, que incluem do serviço funerário, cremação, até as cerimônias de despedidas e jazigos”, explica Meireles que afirma ainda que o Grupo Memorial tem planos de R$ 30 até R$ 190 por mês.

“Os custos são bem variados. A quantidade de jazigo, localização e os serviços inclusos são fatores que influenciam esses valores. Em nosso cemitério, os jazigos são individuais e isso diminui os custos de aquisição. Os velórios vão na mesma variante de preços, de acordo com o tempo de uso, modelo de salas, serviços incluídos”, completa a presidente do Sefec.

Aprigio Ferreira, gerente administrativo da Ternura, informa que a empresa oferece quatro planos que variam de R$ 86,45 a R$ 194,10 por mês. “Os nossos contratos estão sujeitos a um prazo de quatro anos. Ao fim de quatro anos o cliente decide se deseja continuar ou não”. Segundo ele, existem planos que ofertam coroas menores, remoção do corpo, documentação, entre outros. “Nós temos aqui a primeira limousine do Estado e isso é um diferencial do plano. Para uso imediato, os preços variam de R$ 5,5 mil a R$ 33,5 mil. O que muda nesse caso são as urnas luxuosas, carros de luxo, salas de alto padrão. Nós temos uma das estruturas mais modernas do Brasil para receber um velório”. 

Thiago Balduino, consultor de marketing do Grupo Nobre, afirma que a companhia possui as empresas Alvorada, com duas unidades em Fortaleza e oito no Interior, e a Ethernus, com uma unidade na Capital. “A Alvorada tem um foco no público mais popular e os planos custam a partir de R$ 19,40 por mês, chegando a R$ 124 mensais, que inclui todos os serviços. Já a Ethernus é mais para o público A e B. O plano mais barato está em R$ 136 e o mais caro, R$ 304 por mês”. Segundo ele, o Grupo tem 250 funcionários e espera abrir mais unidades no Estado em 2019. 

O serviço de cemitérios também tem preços que chegam a R$ 15 mil um jazigo, sem as taxas de manutenção. “No Parque da Saudade o preço médio do jazigo com três gavetas é de R$ 4,8 mil. Já a cremação é R$ 2,7 mil incluindo a cerimônia. A pessoa pode parcelar em até 84 meses. E ainda fafazer uma compra preventiva, com planos de, no mínimo, R$ 100. A realidade desse mercado é bem ampla. São pelo menos 10 cemitérios privados em Fortaleza e Região Metropolitana”, afirma Mayra Grisólia, que também administra o Parque.

Conforme pesquisas, o jazigo de maior valor foi encontrado no Parque da Paz, onde o preço chega a R$ 15 mil, mais taxa de manutenção de R$ 43,95 por mês. No Cemitério Jardim do Éden, os jazigos custam R$ 4,2 mil, mais uma taxa para manter o local de R$ 31. 

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