S&P rebaixa BNB e mais 14 instituições no País
Banco do Nordeste disse que corte na nota de crédito foi provocado "exclusivamente" pelo rebaixamento no Brasil
São Paulo/Fortaleza. Além de rebaixar a nota de crédito soberano do Brasil na última quinta-feira (11), a Standard & Poor's (S&P) também modificou, ness'a sexta-feira (12), o rating de 15 instituições financeiras brasileiras, incluindo Banco do Nordeste (BNB), Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil.
A Standard & Poor's comentou que o corte na nota soberana do Brasil de BB para BB- e a revisão da perspectiva de negativa para estável foi motivada pelos progressos mais lentos que o esperado feitos pelo País em relação à estrutura fiscal e ao aumento dos níveis da dívida.
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"Como resultado, realizamos várias ações de rating em 29 instituições financeiras brasileiras e companhias de seguros que têm relação com o nível soberano, refletindo a mesma ação de rating do Brasil", afirmou a instituição. A S&P rebaixou o rating de longo prazo e em escala global das 15 instituições de BB para BB- e adotou perspectiva estável. Já a classificação de longo prazo em escala nacional foi reafirmada em brAA-.
O rebaixamento da nota soberana do Brasil, entretanto, não afetou 18 instituições financeiras e seguradoras do País, incluindo o BTG Pactual, cujos ratings ficaram inalterados.
Justificativa
O Banco do Nordeste (BNB) disse que o corte na nota "foi exclusivamente provocado pelo rebaixamento do rating soberano. Em função do modelo adotado pela S&P, os movimentos do rating do País afetam positivamente ou negativamente o Banco e outras instituições financeiras. Portanto, não houve, como sinalizado pela própria agência, mudança no risco da indústria bancária no País e, no caso do Banco do Nordeste, nenhuma questão intrínseca à instituição que desse causa ao ocorrido".
Petrobras
A Standard & Poor's também informou nessa sexta que manteve o nível de risco da dívida corporativa da Petrobras em BB-, com perspectiva estável.
Em nota divulgada à imprensa , a estatal brasileira informou que a agência de classificação de risco considerou em sua decisão "que o nível de risco da companhia estatal segue correlacionado com o risco soberano, estando, portanto, limitado à classificação de risco do Brasil".
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a destacar nessa sexta que a S&P, apesar de ter cortado o rating do País, melhorou a perspectiva da nota brasileira, de negativa para estável. "Significa que existe previsão de estabilidade por um período", afirmou o ministro.
Henrique Meirelles afirmou ainda que a mudança no rating brasileiro, para melhor, será uma "questão de tempo".
"Estamos confiantes e seguros de que a Reforma (da Previdência) será aprovada. Como outras medidas já foram", acrescentou. Henrique Meirelles disse que o rebaixamento não deve ser transformado em uma "grande questão política".
'Desencanto'
Entretanto, as incertezas que rondam as eleições deste ano , o "desencanto com a classe política" e dúvidas sobre a experiência dos possíveis candidatos no Brasil são o "fator-chave" por trás da decisão da S&P. "O cenário parece mais incerto como efeito colateral das investigações de corrupção", diz Lisa Schineller, diretora-executiva de rating soberano da S&P.