Posse de Guedes anima mercado e Bolsa bate recorde

A B3, Bolsa de Valores brasileira, subiu 3,56% e alcançou 91.012 pontos, maior patamar desde o dia 3 de dezembro do ano passado. O dólar operou em baixa durante o dia e encerrou em queda de 1,69%, a R$ 3,8087

Escrito por Redação ,
Legenda: Depois de uma breve recuperação na véspera, a Bolsa brasileira despencou mais de 3% nesta quarta-feira (27), reflexo da crise política que coloca em xeque a aprovação da reforma da Previdência
Foto: FOTO: NELSON ALMEIDA

O primeiro dia de governo do presidente Jair Bolsonaro repercutiu positivamente no mercado financeiro. O discurso do novo ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a cerimônia de transmissão de cargos em Brasília também deve prolongar a "lua de mel" que fez a Bolsa atingir seu maior nível desde dezembro de 2018 e o dólar encerrar o dia de ontem (2) em queda.

A B3, Bolsa de Valores oficial do Brasil, iniciou o ano de 2019 com alta de 3,56%, a 91.012 pontos no fechamento, batendo os 89.820 pontos do dia 3 de dezembro do ano passado. O dólar caiu 1,69% ante o real, encerrando o pregão cotado a R$ 3,8087.

O primeiro discurso de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia, alinhado com as promessas feitas durante o período da campanha presidencial, também deve continuar gerando efeitos no mercado. O ministro seguiu defendendo a abertura da economia, privatizações e a Reforma da Previdência, além da simplificação de impostos. Durante sua fala, Guedes chegou a falar que a carga tributária para o Brasil, atualmente em 36%, deveria ser de 20%. A descentralização de recursos para estados e municípios também foi um dos pontos defendidos pelo ministro.

Na avaliação do economista Ricardo Eleutério, o momento que o mercado vive é de "lua de mel". "O mercado está em lua de mel desde o fim do ano passado. No começo 'tudo são flores'", ponderou. "A concretização dessas medidas devem confirmar ou não o otimismo do mercado e esse primeiro semestre vai ser muito importante para a implementação dessas novas direções de âmbito micro e macroeconômico", analisa.

Ele avaliou ainda que a fala do ministro da Economia durante a cerimônia de transferência de cargos foi "objetiva e clara". "Ele falou com bastante segurança e foi apontando um problema macroeconômico brasileiro, que é o equilíbrio fiscal, sendo bem incisivo sobre como vai enfrentar isso: com ações na previdência. Ele também sinalizou toda uma agenda liberal de abertura econômica, com menor participação do estado", disse.

A reação do mercado é uma resposta à sinalização de que o novo governo realmente deve cumprir as promessas de campanha, conforme a análise do economista Henrique Marinho.

"O discurso que Paulo Guedes fez era o esperado pelo mercado, que hoje se mostrou mais animado, mas nos próximos dias pode ter sua cautela aguardando aí as medidas a serem adotadas. Ele começa dando esperança ao mercado financeiro e à indústria, sinalizando o que vai mudar", detalha.

Para ele, o novo governo deverá ser de muita negociação. "As forças que estão no Congresso apoiam o governo, mas têm suas moedas de troca, então o governo Bolsonaro vai precisar negociar muito".

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados