"Se reforma não passar, vai causar colapso econômico", afirma Bolsonaro

Presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o tema em seu último dia de agenda internacional no Fórum Econômico Mundial

Escrito por Redação , negocios@verdesmares.com.br
Legenda: Presidente e sua comitiva voltaram na tarde de ontem, antes do fim do Fórum Econômico Mundial
Foto: FABRICE COFFRINI / AFP

No último dia na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro admitiu em entrevista ao Washington Post que a reforma da Previdência é impopular, mas que "não temos alternativas" a não ser aprová-la no Congresso. "Se não passar, vai causar um colapso econômico", ressaltou.

Já o ministro Paulo Guedes (Economia), comentou o tema em um evento paralelo ao Fórum, afirmando que, por causa de uma questão técnica, a inclusão de militares na reforma da Previdência terá que ser feita por meio de um outro instrumento, mas ocorrerá de forma simultânea às mudanças gerais que o Governo pretende entregar logo no início do ano legislativo.

"Há um problema técnico. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) é para quem está previsto que está na Constituição. Os militares têm que ser (por um instrumento) ordinário", explicou Guedes a jornalistas. Perguntado sobre se, nos dois casos, as propostas seriam enviadas de forma conjunta, o ministro respondeu: "Se não for simultâneo, fica estranho", afirmou.

Quando perguntado no fim do almoço sobre se as propostas seriam conjuntas e de que forma, Guedes repetiu o que havia já dito quando saiu do evento em que participava anteriormente. "Os militares são patriotas. Gostam dessa ideia de liderar, por exemplo".

Correios

O ministro ainda foi questionado sobre uma fala mais cedo do presidente em exercício, Hamilton Mourão, que descartou a privatização imediata dos Correios. Para ele, "por enquanto", a privatização não ocorrerá. Guedes apenas respondeu: "Vamos ver".

O presidente Jair Bolsonaro também foi questionado sobre sua opinião em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quando afirmou que admira e sempre admirou o país e que simpatiza com o norte-americano "porque ele quer tornar a América grande novamente". "Até o momento, fiz cinco ou seis reuniões com autoridades importantes dos Estados Unidos, incluindo (o conselheiro de segurança nacional) John Bolton. Tenho planos de visitar os EUA em março", disse.

Mercosul e UE

Em outra agenda, a comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, disse ontem (24) em Davos que uma nova rodada de negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) deve acontecer nos próximos seis meses. O tratado é discutido há mais de 20 anos.

"O Governo (Bolsonaro) precisa de um tempo para se coordenar internamente e com os parceiros de bloco", afirmou a comissária, depois de se reunir com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, único integrante do alto escalão do Executivo que continua na cidade suíça, em que acontece até sexta (25) o Fórum Econômico Mundial - o presidente e outros ministros partiram no meio da tarde de quinta.

Participação do Ministro Moro

Também em Davos, o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, reiterou ontem (24) que a consulta pública do Banco Central (BC) sobre mudanças no monitoramento de transações bancárias ainda não é uma medida efetiva. Moro reforçou que ainda é preciso entender por que a autoridade monetária fez a proposta. "Até onde eu sei, é apenas uma consulta pública e não uma medida efetiva. Ainda é cedo para ter uma opinião sobre essa proposição", disse o ministro, que participou de um painel sobre combate ao crime globalizado no Fórum Econômico de Davos.

No painel, que tratou de formas de combater o crime organizado transnacional, o ex-juiz da Lava Jato propôs que a cooperação entre países seja fortalecida através de forças-tarefa com integrantes dos países interessados e que a iniciativa privada tenha permissão para colaborar mais diretamente com as investigações, sem necessariamente depender das vias diplomáticos.

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