Ministro da Fazenda ameaça se demitir durante votação de veto

Assessores da presidente Dilma classificaram a ameaça de Levy como uma reação no "calor do momento"

Escrito por Redação ,

A possível derrubada de mais um veto presidencial pelo Congresso, na última quarta-feira (11), quase levou o atual ministro da Fazenda Joaquim Levy a pedir demissão. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o ministro ameaçou sair do cargo caso fosse derrotado na manutenção de subsídios do governo a grandes empresas de energia elétrica do Nordeste. Na ocasião, o veto foi mantido por 39 votos a favor.

Neste embate específico, a presidente vetou a prorrogação de contratos com indústrias e concessionárias do Nordeste que, até hoje, compravam energia mais barata. A manutenção provocaria um custo extra de R$ 5 bilhões nas contas do Tesouro neste ano, tornando mais difícil cumprir a meta de superávit primário de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015.

A manobra para tentar derrubar o veto de Dilma, que acabou fracassada, foi comandada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pegando de surpresa o governo durante a sessão do Congresso.

Conforme a publicação, depois que o veto já havia sido derrubado na Câmara, os ministros Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Eduardo Braga (Minas e Energia) levaram a Renan Calheiros e a senadores governistas a mensagem de que a queda do veto poria em risco o ajuste fiscal e estava levando, inclusive, o ministro Joaquim Levy a dizer que "preferia pedir demissão do cargo". 

Por conta disso, o veto acabou não caindo por apenas dois votos no Senado - 39 senadores votaram pela derrubada, dois a menos do que o quórum de 41 necessário. Assessores da presidente Dilma classificaram a ameaça de Levy como uma reação no "calor do momento", mas ela serviu para sinalizar à base aliada a gravidade do cenário atual e a necessidade de aprovar as medidas de ajuste fiscal.

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