Leilão de transmissão deve atrair forte concorrência e investimentos de R$ 6 bi

Serão leiloados 20 lotes para a construção, operação e manutenção de aproximadamente 2,6 mil quilômetros de linhas e subestações em 16 estados do país, com previsão de R$ 6 bilhões de investimentos pelos próximos 30 anos

Escrito por Folhapress ,

O leilão de linhas de transmissão de energia que será realizado na quinta-feira (28) deverá repetir a forte competição dos certames do ano passado, que atingiram deságios de até 40% do valor inicial.

Serão leiloados 20 lotes para a construção, operação e manutenção de aproximadamente 2,6 mil quilômetros de linhas e subestações em 16 estados do país, com previsão de R$ 6 bilhões de investimentos pelos próximos 30 anos.

A concorrência ocorrerá na manhã de quinta, na sede da B3, em São Paulo. 

Todos os projetos deverão atrair interessados, segundo a avaliação de Mario Miranda, presidente da Abrate, associação de transmissoras de energia. "Não há lotes com problemas sérios. O mais complexo é o do Pará, pelas licenças ambientais. De modo geral, as condições de atração de investidores foram preservadas."

Apesar das recentes turbulências na economia brasileira, as condições de captação de capital para os projetos não deverá sofrer muito, afirma Marcos Ganut, sócio da consultoria Alvarez & Marsal.

"Os grandes bancos seguem com apetite para os ativos de transmissão, que se mostraram seguros. As condições de financiamento deverão ser boas, apesar de o cenário íor que o do ano passado", diz. 

Para ele, os fortes descontos obtidos nos leilões de 2017 foram fruto de um otimismo exagerado, e trouxeram alto risco aos vencedores, que contaram com uma antecipação da entrega dos projetos, que, se concretizada, implicará em mais tempo de exploração das linhas. 

"A competitividade dos preços vai depender desse fator, além das condições de financiamento", afirmou.

Os analistas preveem a participação de grandes empresas que já levaram ativos nas concorrências passadas, como a francesa Engie, a EDP Energias do Brasil, a Equatorial, a espanhola Neoenergia e a indiana Sterlite Power Grid.

Como muitas dessas companhias já têm ativos, tanto de transmissão como de geração, em regiões onde estão sendo leiloados lotes, há uma expectativa de que consigam dar lances mais competitivos, por conseguirem sinergias, segundo Thais Prandini, diretora-executiva da consultoria Thymos Energia. "Pode haver investimentos casados."

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