Índice de empresas pequenas lidera desempenho na Bolsa em 2017

Empresas como a construtora Even, a CVC e a Raia Drogasil tiveram melhor desempenho do que as que têm maior porte, como Vale e Itaú Unibanco

Escrito por Folhapress ,

Empresas de menor valor de mercado, como a construtora Even, a CVC e a Raia Drogasil, tiveram melhor desempenho do que as que têm maior porte, como Vale e Itaú Unibanco, mostra levantamento da S&P Dow Jones Indices -divisão da S&P Global Ratings- publicado nesta terça-feira (13).

O estudo mostra que o índice S&P Brazil MidSmallCap, que tem na carteira empresas de menor valor de mercado, avançou 37% no ano passado -no ano passado, o índice de small caps da Bolsa subiu 49,4%.

O índice S&P Brazil LargeCap, que têm empresas com maior valor de mercado, subiu 25%. O levantamento comparou o desempenho de cinco categorias de fundos brasileiros durante o ano.

Phillip Brzenk, diretor global de pesquisa e design da S&P Dow Jones Indices, avalia que os gestores de fundos ativos -aqueles que exigem mais trabalho dos gestores- que focaram em segmentos de determinados portes tiveram desempenho melhor que gestores de fundos mais amplos.

"Talvez o tamanho menor do segmento, e, portanto, menor número de ações, deem aos gestores a habilidade de ter expertise ou entendimento maior de ações individuais -portanto, eles potencialmente têm melhores habilidades para selecionar ações", diz.

Ele lembra que o segmento de empresas de menor capitalização tem menos cobertura de analistas, menos informações e menos liquidez que as ações das empresas de maior valor. "Na teoria, isso significa que há um potencial maior para retorno excessivo -mas também significa potencial para perdas maiores-, se gestores conseguirem tirar vantagem disso", explica.

O índice S&P Brazil BMI, que representa a Bolsa brasileira de forma mais ampla, avançou 28%, em linha com o comportamento do Ibovespa, que, no ano passado, se valorizou 26,9%.

Gestão Ativa

O levantamento avaliou ainda o desempenho de fundos com gestão ativa no ano. Esses fundos costumam cobrar taxas de administração maiores por causa do trabalho que os gestores têm. Eles também cobram um percentual sobre a performance que superar o índice de referência.

O desempenho dos gestores desses fundos em 2017 foi melhor que o de 2016.

No ano passado, 25,5% dos gestores conseguiram superar o S&P Brazil BMI, contra 18% em 2016.

Os gestores de fundos formados por pequenas e médias empresas voltaram a se destacar. A maioria (52,86%) conseguiu bater o índice de referência S&P Brazil MidSmallCap. No caso das grandes empresas, 52,58% tiveram desempenho superior ao do S&P Brazil LargeCap.

Em 2016, esses percentuais eram de, respectivamente, 30,12% e 2,2%.

No longo prazo, ainda é difícil superar os indicadores. Em cinco anos, só 18,33% dos gestores tiveram desempenho maior que o do índice S&P Brazil BMI. No caso das grandes empresas, o percentual cai para 9,17%.

Na renda fixa, com a queda da taxa de juros Selic, poucos gestores conseguiram o indicador de referência. Entre os que têm na carteira títulos de dívida corporativa, só 15,5% bateram o índice de referência no ano passado. O percentual recua para 10,1% para papéis públicos.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.